Folha de S. Paulo


análise

Igor Gielow: Prisão de Vaccari Neto fecha cerco sobre o PT

A prisão de João Vaccari Neto, tesoureiro e depositário dos segredos da arrecadação do PT na era pós-Delúbio Soares, sugere que o partido da presidente Dilma Rousseff poderá sofrer uma implosão ainda maior do que aquela que atingiu o PP –outra sigla aliada ao Planalto investigada na Operação Lava Jato.

Mais: mostra que o PT ou cometeu uma infantilidade política ou precisava evitar a transformação de Vaccari em homem-bomba ao protegê-lo instintivamente desde que seu nome começou a surgir no âmbito da investigação sobre os desvios na Petrobras.

A apuração agora poderá dizer qual versão é verdadeira. Com o agravante de que Renato Duque, apontado na Lava Jato como operador do PT e homem de José Dirceu dentro da Petrobras, também está preso e sob pressão para falar o que sabe.

O principal delator de dentro da estatal até aqui no esquema, Paulo Roberto Costa, dizia operar majoritariamente para o PP. Deu no que deu: uma verdadeira bancada de parlamentares do partido está sob investigação no Supremo Tribunal Federal.

Se a dose se repetir para o PT, que já estava muito implicado na confusão toda por, enfim, ser o dono da chave do cofre da Petrobras desde 2003, o propalado risco existencial para o partido de Lula e Dilma ganhará ares de inevitabilidade.


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