Folha de S. Paulo


Advogado de Youssef afirma que acordo de delação não tem problemas

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, diz respeitar o conhecimento jurídico do ex-ministro do STJ Gilson Dipp, mas opina que ele "deveria estudar mais profundamente o acordo de delção" de seu cliente.

Dipp defende, em parecer a um dos empreiteiros presos na Operação Lava Jato, que a delação do doleiro é ilegal e que todas as provas coletadas a partir dele são "imprestáveis".

"Não há ilegalidade nenhuma na delação do Alberto. Tanto que ela já foi homologa pelo Supremo." Para ele, o ministro Teori Zavascki não homologaria o acordo se todas as formalidades legais não fossem cumpridas.

Segundo Figueiredo Basto, não há omissão sobre o acordo anterior no que foi celebrado no ano passado no curso da Operação Lava Jato. "O acordo atual engloba o anterior. Acho que o ministro deveria estudar melhor o caso antes de sair por aí vendendo parecer."

Segundo o defensor de Youssef, não há na legislação qualquer impeditivo para alguém que rompeu um acordo no passado fechar um novo pacto.

"Queria que ele [Gilson Dipp] me mostrasse na legislação onde está esse impedimento", afirma.

Também não faz sentido, de acordo com Figueiredo Basto, a crítica de Dipp de que há omissões no acordo.

"Nunca vi um acordo de colaboração tão detalhado quanto o de Youssef. Por mais respeito que eu tenha pelo notório saber jurídico do ministro, esse parecer é uma aventura processual e revela o desespero das empreiteiras", diz o advogado.

A assessoria de imprensa do Supremo informou que Zavascki só opina sobre essas questões no processo.

Os procuradores da Operação Lava Jato não quiseram se manifestar sobre o parecer de Gilson Dipp.

Vagner Rosario - 4.fev.15/Futura Press/Folhapress
O doleiro Alberto Youssef, delator de esquema de corrupção na Petrobras
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