Folha de S. Paulo


Deputado da Bahia que liderou greve ganha 'liberdade plena'

Um ano depois de ser preso por sua atuação na greve da Polícia Militar da Bahia, o líder grevista e hoje deputado estadual Marco Prisco (PSDB) obteve na Justiça a derrubada das restrições de liberdade que vinha cumprindo desde maio do ano passado.

A decisão foi tomada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Roberto Barroso na noite desta segunda-feira (30).

Até então, o deputado não podia viajar para fora de Salvador, sair de casa após às 18h e aos fins de semana. O líder grevista também estava impedido de entrar em quarteis e reunir-se com associações de policiais.

"Estou, finalmente, livre de corpo e alma. Confiei na Justiça porque sabia que as restrições não tinham cabimento nenhum", comemorou Prisco.

Nesta terça (31), o deputado leu, entre lágrimas, a decisão do STF no plenário da Assembleia Legislativa.

As restrições de liberdade eram resultado de uma ação penal movida –cujo mérito ainda não foi julgado– pelo Ministério Público Federal que denunciou soldados e cabos por crimes praticados na greve da PM realizada em 2012.

Com base nesta ação, Prisco foi preso na véspera do feriado de Páscoa do ano passado, horas depois do fim da paralisação dos policiais militares. Passou 40 dias preso no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.

Desde que foi solto, em maio do ano passado, Prisco vinha cumprindo as restrições de liberdade sob pena de voltar a ser preso.

Sem sair da capital, fez campanha e foi eleito deputado estadual com a terceira maior votação da Bahia.

TRÊS GREVES

Deflagrada na véspera da Páscoa no ano passado, a greve da PM baiana durou dois dias, quando foram registrados saques, arrombamentos e 52 homicídios.

Dias depois, após a prisão de Prisco, os policiais fizeram "operação tartaruga" nas ações de policiamento ostensivo em Salvador e no interior.

Além da paralisação do ano passado, Prisco também liderou os movimentos grevistas da polícia baiana em 2012 e 2001.


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