Folha de S. Paulo


Ministro do STJ é favorito à vaga de Barbosa no Supremo

A presidente Dilma Rousseff pretende anunciar nos próximos dias o indicado para a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) deixada pelo ministro Joaquim Barbosa.

O nome mais cotado no momento é o amazonense Mauro Campbell, ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) desde 2008.

Segundo a Folha apurou, a intenção de Dilma era anunciar o nome do novo ministro do Supremo na última sexta-feira (27).

No entanto, devido à forte reação contrária do PMDB a um outro nome cogitado pelo Palácio do Planalto, Dilma preferiu segurar a nomeação. A interlocutores, Dilma disse que poderia anunciar o nome já nesta segunda-feira (30).

Sandra Fado/STJ/Divulgação
O ministro do STJ Mauro Campbell, favorito à vaga de Joaquim Barbosa no Supremo
O ministro do STJ Mauro Campbell, favorito à vaga de Joaquim Barbosa no Supremo

Campbell conta com o apoio de três nomes de peso no PT e no governo. O padrinho de sua indicação é o ex-deputado petista e advogado Sigmaringa Seixas, espécie de mentor no partido para nomeações e temas relacionados ao Judiciário.

Campbell também tem a seu lado os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Eduardo Braga (Minas e Energia), este último peemedebista e ex-governador do Amazonas. O atual ministro do STJ já foi secretário de Justiça do Estado do Amazonas entre 1991 e 1993, na gestão de Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo (PMDB).

Por ser ministro do STJ e contar com o apoio de um cacique peemedebista, Campbell tem condições para furar o bloqueio imposto pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Conforme a Folha revelou na semana passada, Renan recusou um dos nomes cogitados por Dilma, o do jurista do Paraná Luiz Edson Fachin. O Paranaense tem ligações históricas com o PT e com a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

RESISTÊNCIA DE RENAN

Em sua batalha política contra o PT e o governo da presidente Dilma, Renan disse a interlocutores que nenhuma indicação com "a digital do PT" será aprovada pelo Senado.

As nomeações para o STF são feitas pelo presidente da República, mas precisam passar pelo Senado. Assim, o nome de Fachin perdeu força.

Além de Campbell não ter ligações com o PT, fica muito mais difícil para Renan se indispor com um ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Em fevereiro, Campbell teve um encontro com Dilma no Palácio do Planalto. Sua nomeação para o STF foi dada como certa na ocasião, mas acabou não ocorrendo. O nome do ministro do STJ voltou a figurar agora com um dos mais fortes para a vaga.


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