Folha de S. Paulo


Réplica: Método Datafolha gera informações relevantes

O Instituto Datafolha discorda frontalmente da afirmação feita pela ombudsman, em sua coluna do último domingo, que a discrepância brutal entre os números do Datafolha e da Polícia Militar torna as estimativas de público inúteis e só alimenta a desinformação.

Discorda também da afirmação dos dois especialistas ouvidos pela coluna de que pode haver erro nos cálculos dos dois lados.

O rastreamento realizado pelos profissionais do Datafolha durante toda a manifestação do dia 15 de março seguiu rigorosos padrões metodológicos aperfeiçoados pelo instituto ao longo de mais de 20 anos.

O método usado pelo Datafolha é transparente e foi explicitado nas páginas do jornal e, de forma mais detalhada, no site do instituto, na própria segunda-feira seguinte ao ato.

E, ao contrário da Polícia Militar de São Paulo, o Datafolha respondeu de forma imediata e transparente aos questionamentos de cidadãos e leitores, além daqueles enviados pela ombudsman.

Em julho de 2011 a revista sãopaulo divulgou extenso material que descrevia didaticamente o método do Datafolha para contagem de multidões, suas limitações e cálculos de ocupação máxima de diversos locais, inclusive a avenida Paulista.

Se, com seus 136.000 metros quadrados de área, a avenida Paulista estivesse abarrotada com cinco pessoas por metro quadrado, como afirmou a Polícia Militar, o total de pessoas teria sido 680.000.

É uma conta superestimada, pois não desconta os espaços das obras que estão em andamento na avenida, por exemplo.

Para se chegar próximo de 1 milhão de pessoas, como sustenta a PM, seria preciso ainda o equivalente a mais meia Paulista ocupando as ruas próximas, com a mesma densidade de cinco pessoas por metro quadrado.

O erro de avaliação mais recorrente para se questionar a informação do Datafolha está em tomar como parâmetro o número claramente superestimado da Polícia Militar.

Alguns, de forma subjetiva ou com cálculos de aproximação por fotos, chegam à falsa conclusão de que o número real estaria mais próximo da média entre os dois levantamentos. Outros, de forma passional, insistem em apegar-se ao maior número divulgado.

O Datafolha, com técnica e independência, reafirma os 210.000.

Quanto à informação ser inútil, sem o método do Datafolha a manifestação da avenida Paulista teria entrado para a história de forma equivocada.

Editoria de arte/Folhapress

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