Folha de S. Paulo


Após falta de tornozeleiras, secretário de Administração Penitenciária pede demissão

O secretário de Administração Penitenciária do Estado do Rio, César Rubens de Carvalho, pediu demissão nesta quinta-feira (19), dia em que a secretaria não pode libertar dois presos por falta de tornozeleira eletrônica no Estado.

Beneficiados com a liberdade, concedida pela Justiça, os dois acusados de terem acendido o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, em fevereiro do ano passado, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, não puderam deixar o presídio por falta do equipamento.

A secretaria informou nesta tarde que desde 6 de dezembro faltam tornozeleiras no Estado. De acordo com o "Portal Transparência" do Rio, o contrato com a empresa fornecedora do equipamento está sem pagamento desde junho.

Segundo a Seap, há no Estado do Rio 1.165 detentos que usam as tornozeleiras eletrônicas. Cada um dos equipamentos custa R$ 650. Procurada, a secretaria de Fazenda do Estado informou, por meio de nota, que os pagamentos ao fornecedor deverão ocorrer "o mais brevemente possível" e afirmou que a situação decorre da da crise fiscal que vive o Rio.

O secretário, no entanto, não teria mencionado a crise no sistema carcerário em seu pedido demissão. Ele teria alegado motivos pessoais para deixar o cargo, que ocupou desde 2007. Segundo a Folha apurou, ele pediu demissão ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, no final da tarde.

Pezão escolheu para o novo cargo o ex-comante geral da PM, coronel Erir Costa Filho. O coronel ocupava, até então, a vice-presidência do Detro-RJ (Departamento de Transportes Rodoviários do Rio).

Em reunião que durou pouco mais de 20 minutos, Erir aceitou a indicação. "É um grande desafio, mas ainda não sei dos problemas da pasta. Vou tomar conhecimento da situação carcerária amanhã", disse Costa Filho à Folha.

A efetivação da nomeação será publicada nesta sexta no "Diário Oficial" do Estado do Rio.


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