Folha de S. Paulo


Governo vai procurar movimentos sociais

Na primeira reunião após os protestos de domingo, a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceram uma agenda de reação para recuperar a interlocução do Palácio do Planalto com os movimentos sociais, hoje mais distantes do governo.

O Palácio do Planalto passará a conversar constantemente com representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e, se possível, alinhavar uma pauta conjunta, buscando acelerar medidas como na área de assentamentos da reforma agrária, por exemplo.

O PT, representado na reunião no Palácio da Alvorada por meio do presidente da sigla, Rui Falcão, também participará da ofensiva.

Dilma e Lula também discutiram, na reunião realizada na segunda-feira (16) à noite, uma estratégia para pôr fim à crise do governo com sua base aliada, que coloca em risco a votação do ajuste fiscal no Congresso.

O ex-presidente voltou a defender que Dilma dê mais espaço ao PMDB na equipe ministerial.

Dilma, segundo assessores, acatou o conselho do ex-presidente e deve entregar ao PMDB o comando do Ministério da Integração Nacional.

Na reunião do Alvorada, da qual participaram também os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa) e Miguel Rossetto, a avaliação é que o governo precisa recuperar o "protagonismo" no Congresso.

Sobre as manifestações de domingo, Lula disse a Dilma que o governo não pode seguir na linha de ficar tachando os protestos de um movimento de "aecistas" e de "neoliberais".

Na opinião do ex-presidente, isto só serve para desqualificar o debate sobre os protestos e acaba estimulando que mais gente vá para as ruas contra o governo.

A saída, segundo o petista, é o governo sair da defensiva e recuperar o papel de condutor do debate nacional, que a presidente Dilma perdeu desde sua reeleição.


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