Folha de S. Paulo


Comando da PM no Rio se recusa a dar estimativa de público

O comando da PM do Rio se recusou a fazer neste domingo (15) uma estimativa oficial de público na marcha contra a presidente Dilma Rousseff e o governo do PT ocorrida durante a manhã, em Copacabana, zona sul da cidade.

A reportagem recebeu de oficiais da PM no local onde ocorreu a marcha, que não quiseram dar seus nomes, a estimativa inicial de 15 mil participantes, número que foi confirmado pela Folha com o comandante do batalhão do bairro. Quem esteve na marcha ou quem viu pela TV, contudo, teve a impressão de que a adesão ao protesto seria muito maior. Segundo a organização, ao menos 50 mil pessoas participaram.

Ricardo Borges/Folhapress
Manifestação contra contra o governo Dilma na orla de Copacabana, no Rio
Manifestação contra contra o governo Dilma na orla de Copacabana, no Rio

A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa da PM para ter um número consolidado no final da marcha e recebeu como resposta, por e-mail, que "a Polícia Militar não divulga estimativa de número de pessoas em manifestações". "Sugiro que você solicite este dado aos organizadores do evento", informa a nota.

Em todo o país, a Polícia Militar é que faz a estimativa do público em atos públicos. A única exceção no Rio é o réveillon da praia de Copacabana, cujo público é divulgado pela prefeitura.

Durante as manifestações de junho de 2013 no Rio, coube à PM fazer as estimativas de público. O cálculo de praxe são seis pessoas por metro quadrado. A marcha em Copacabana ocupou as duas pistas da avenida Atlântica por uma extensão de quase três quarteirões.

Por telefone, a assessoria de imprensa da PM informou que a não-contabilização do público era uma "determinação superior", passada desde que assumiu o novo comandante geral da PM, Alberto Pinheiro Neto, em novembro.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança informou que a questão apresentada pela Folha diz respeito a um aspecto operacional e que não iria fazer maiores comentários.

Os manifestantes de Copacabana concentraram suas críticas à presidente Dilma Rousseff, sem referir ao atual do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e seu antecessor e padrinho político, Sergio Cabral. Os dois foram investigados na Operação Lava Jato como beneficiários de propina. Pezão teve pedido de investigação feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Editoria de Arte/Folhapress


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