Folha de S. Paulo


Petistas se assustam e ministros de Dilma chamam protesto de '3º turno'

Ainda não há uma avaliação fechada sobre os protestos deste domingo (15), mas ministros de Dilma Rousseff e petistas fazem considerações diferentes em relação às manifestações, sobretudo em São Paulo, espécie de epicentro dos atos contra Dilma Rousseff.

Para um ministro do PT ouvido pela Folha, o tom é de terceiro turno das eleições. Em condição de anonimato, esse ministro afirmou que não há "povão" na Avenida Paulista, e sim a classe média que votou no tucano Aécio Neves (PSDB-MG).

O governo esperava uma adesão nacional de até 300 mil pessoas, mas projeções da Polícia Militar fazem uma conta maior.

"A PM está inflando os números", disse esse ministro, pedindo para não ser identificado.

Já um outro importante petista, sem assento na Esplanada, faz análise diferente: mesmo que a PM esteja superestimando a contabilidade de manifestantes em SP, as imagens deixam claro que os protestos estão "bombando".

Para esse petista, a multidão não é homogênea. Há grupos de "extrema direita, classe média insatisfeita, lunáticos, e setores que reivindicaram mudança nos atos de junho de 2013".

"Diferentemente de 2013, os protestos de hoje estão materializados nela (Dilma Rousseff). O pronunciamento de domingo, no qual pediu paciência aos brasileiros, o que foi um erro, não foi capaz de desmobilizar essa adesão toda. É um massacre", disse.

Por ora, a única semelhança nas avaliações internas é a percepção de que somente uma forte ofensiva do governo será capaz de reverter esse mau humor e, assim, evitar um quadro irreversível na baixa popularidade presidencial.

Editoria de Arte/Folhapress


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