Centrais sindicais confirmaram nesta quarta-feira (11) que estão convocando manifestações para sexta-feira (13) em todo o país. O ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) esteve na reunião com as centrais e afirmou, no fim do encontro, que o governo acompanha "com respeito" as demonstrações.
O movimento será contra as medidas provisórias do governo que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Os atos também serão a favor de outras pautas trabalhistas, pela reforma política e em defesa da Petrobras.
Representantes de seis centrais sindicais estiveram em Brasília para tratar da negociação em torno das medidas provisórias e confirmaram que estão organizando o movimento para esta sexta. São elas: CUT, Força Sindical, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores).
Além de Rossetto, eles estiveram reunidos com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Eduardo Gabas (Previdência) e Manoel Dias (Trabalho).
"O Brasil vive uma plenitude democrática, todos cidadãos e cidadãs vivem abertamente a plenitude democrática e são responsáveis frente a essa plenitude", disse Rossetto.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, defendeu o governo DIlma em reunião do Sindicato dos Bancários em São Pauloe disse que "é preciso dar uma resposta" ao que chamou de golpismo.
Ele afirmou que a "eleição acabou. A disputa acabou". Sua fala se alinha ao que Dilma afirmou na segunda-feira (9), quando defendeu que 'terceiro turno' não é motivo para impeachment.
"O governo vai sair quando acabar seu mandato. Não golpismo. Não golpismo", repetiu.
Freitas disse à Folha que teme confrontos na sexta-feira durante ato organizado pela central. "Tenho certeza que revoltados vão querer armar confusão", afirmou.
Mapa dos protestos de março de 2015; Crédito Rubens Fernando/Editoria de arte/Folhapress
AÉCIO
Horas após divulgar em nota a decisão do PSDB de apoiar as manifestações do próximo dia 15, mas afirmar a jornalistas que não planeja ir ao ato, o senador Aécio Neves se definiu, no início da noite desta quarta-feira (11), como "um cara de rompantes".
"Quem sabe eu não resisto na última hora", insinuou.
A declaração foi dada durante entrevista na rádio JovemPan. O presidente nacional do PSDB disse que "golpista" é querer dizer sobre o que as pessoas podem ou não manifestar. O senador voltou a dizer que "impeachment" não é palavra proibida. E salientou que, apesar de entender que o assunto não é agenda para o PSDB hoje, o desenrolar das investigações pode levar o partido a "discutir" o assunto.
O DEM também se manifestou, nesta quarta (11), a favor das manifestações. Presidente do partido, o senador José Agripino Maia (RN) disse que os movimentos populares são "dignos pelo seu caráter pacífico", por isso merecem o respeito da sigla.
"Não podemos, como partido ou militantes, deixar de aplaudir iniciativas que só orgulham a democracia brasileira", afirmou Agripino. Segundo o senador, os movimentos apartidários devem ser compreendidos como "manifestações refletidas da sociedade organizada".
O partido não manifestou se é contrário ou a favor do impeachment.
SOLIDARIEDADE
O Solidariedade, partido do deputado Paulinho da Força (SP), vai lançar nesta quinta-feira (12) uma campanha pelo impeachment da presidente Dilma.
É a primeira campanha oficial que um partido lança pelo impeachment. Paulinho é um dos mais ferrenhos adversários da presidente e comanda a Força Sindical, central de trabalhadores.
O caminho para o Impeachment; Crédito William Mur/Editoria de Arte/Folhapress