Folha de S. Paulo


Sem-terra intensificam protestos com invasões a fábricas e bancos

Com o objetivo de criar um "caldeirão de lutas" para o mês de abril, quando promete invadir ao menos 150 fazendas pelo país, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) intensificou nesta terça (10) uma série de protestos por todo o Brasil.

As ações, que já aconteceram em 19 Estados desde a última quinta (5), têm sido lideradas por mulheres como parte da "Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas" e vão de ocupações de empresas, terras, bancos e órgãos públicos a passeatas e fechamentos de estradas.

O movimento diz ter mobilizado mais de 20 mil pessoas contra o modelo de agronegócio no país e em defesa de uma "agroecologia". Os alvos dos protestos são escolhidos pelas coordenações dos sem-terra em cada Estado.

Em Goiânia, uma unidade da Cargill, multinacional do setor de alimentos, foi invadida. Segundo os sem-terra, a empresa tem estimulado o desmatamento do cerrado e expulsado famílias "ao apoiar a expansão" da monocultura da cana e da soja.

A empresa diz que a ação não afetou sua produção.

Em Taquari (RS), a sede da Adama, empresa de defensivos agrícolas, foi invadida por 800 mulheres, segundo o MST, que acusam a companhia de usar um veneno cancerígeno em seus produtos.

Em nota, a Adama afirmou que "atende plenamente às exigências e padrões ambientais vigentes" no Brasil.

Agências do Banco do Nordeste do Brasil, do Banco do Brasil e da Caixa também foram alvos do grupo.

Na sexta (13), o MST fará manifestações por 24 capitais em defesa da Petrobras e dos direitos dos trabalhadores.

"Não é uma defesa cega do governo Dilma, porque para ser defendido o governo tem que dar sinais de que vai atender a pauta dos trabalhadores", afirma Kelli Mafort, da direção nacional do MST, que diz considerar os atos do dia 15, contra a presidente, como golpista.


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