Folha de S. Paulo


Senadores do PT divulgam desagravo em apoio a petistas citados no petrolão

Em apoio aos senadores incluídos entre os investigados da Operação Lava Jato, a bancada do PT no Senado divulgou nota nesta terça (10) para questionar as acusações contra os congressistas. Os petistas afirmam que os colegas de partido foram mencionados de forma "indireta" nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, sem provas do seu envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

"São mencionados sempre de forma indireta, muito diferente de outros nomes incluídos na chamada lista que tiveram participação direta nos atos agora colocados sob suspeição", afirma o documento.

"Os senadores do PT apelam aos responsáveis pelos processos para que o veredito das ações contra nossos três companheiros seja anunciado no mais breve tempo possível evitando-se, dessa forma, o linchamento público a que vários deles já estão sendo submetidos."

A nota é em desagravo aos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Humberto Costa (PT-PE), os três incluídos entre os políticos que serão investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

Na nota, a bancada do PT afirma que recebe com "tristeza" a inclusão de nomes de "pessoas públicas honradas, sem qualquer culpa formalizada". Os petistas pedem mais "responsabilidade" à mídia na divulgação das investigações que serão conduzidas pelo STF.

Ao afirmar que respeita as decisões anunciadas pelo Ministério Público Federal, a bancada do PT diz que ter a convicção de que todos têm o direito de ser ouvidos por meio de instrumentos que garantam o "amplo direito de defesa, sem a introdução de teses ou conceitos jurídicos não utilizados comumente nos tribunais brasileiros".

DEFESA

Incluído na lista do Ministério Público Federal entre os políticos com envolvimento na Lava Jato, o senador Gladson Cameli (PP-AC) subiu à tribuna do Senado nesta terça para se defender das acusações. O congressista nega ter recebido recursos do esquema em sua campanha eleitoral para o Senado, como sugerem as delações premiadas.

"Não deixarei de provar que as acusações supostamente incriminadoras não passam de devaneio do acusador, uma vez que não se encontram indícios e muito menos elementos para a abertura da peça administrativa", afirmou o senador.

Cameli disse que vai comprovar não fazer parte do "mar de lama" na Petrobras. O senador afirmou que vai disponibilizar à Justiça seus sigilos bancário, fiscal e telefônico porque "quem não deve, não teme".


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