Folha de S. Paulo


Professores do Paraná rejeitam acordo com governo e decidem manter greve

Os professores do Paraná decidiram nesta quarta-feira (4) em assembleia manter por tempo indeterminado a greve na rede estadual de educação, que já dura 23 dias.

Eles consideraram insuficientes as propostas apresentadas na semana passada pelo governo Beto Richa (PSDB) e pedem mais negociação. Os professores querem que o governo desista de qualquer plano de alterações na previdência e pedem um cronograma para o pagamento de benefícios atrasados.

O sindicato da categoria afirma que não tem como cumprir uma ordem judicial que determinou no último fim de semana a volta às atividades de docentes do último ano do ensino médio. O prazo para o cumprimento da decisão se esgotou nesta quarta-feira. Para o sindicato, não há meios de retornar ao trabalho porque o governo ainda nem distribuiu as turmas e professores da rede pública.

A entidade quer que o Tribunal de Justiça agende uma audiência de conciliação com o governo do Estado para discutir os pontos em impasse.

Richa acusa o sindicato de criar um "movimento político" para desgastá-lo e diz que já se comprometeu a atender todas as reivindicações dos grevistas.

Na manhã desta quarta, a assembleia dos docentes lotou as arquibancadas do estádio Durival Britto (do Paraná Clube), que tem capacidade para 20 mil pessoas.

No ato, deputados da oposição a Richa discursaram e sindicalistas convocaram os presentes para a mobilização a favor da presidente Dilma Rousseff, marcada para o próximo dia 13.

Durante a assembleia, houve hostilidade a jornalistas da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná, que faziam gravação no estádio. A emissora no Estado é do apresentador Ratinho, pai do secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado, Ratinho Junior. A direção do sindicato pediu pelo sistema de som respeito aos profissionais.

No início da tarde, os professores e servidores fazem uma marcha até o palácio do governo, em Curitiba.


Endereço da página: