Folha de S. Paulo


Bolsa dada por Assembleia da Bahia será investigada

O Ministério Público da Bahia vai investigar se ocorreram irregularidades na concessão de bolsa-auxílio para estudantes carentes paga pela Assembleia Legislativa.

A Folha revelou neste domingo que doadores de campanha, políticos, empresários e parentes de deputados estão entre os beneficiários do programa, que consumiu R$ 19 milhões de 2011 a 2014.

A Promotoria pedirá que o procurador regional eleitoral do Estado analise as doações que parlamentares receberam de bolsistas na campanha do ano passado.

Em parceria com o portal "Meu Congresso Nacional", a Folha identificou 80 doadores entre os beneficiários. Apesar de considerados "carentes", eles repassaram cerca de R$ 330 mil a candidatos baianos.

O Ministério Público de Contas também deverá se debruçar sobre o programa, que foi instituído em 2011. As contas da Assembleia nesse primeiro ano foram aprovadas pelo tribunal, mas poderão ser reanalisadas com o surgimento de novos elementos.

Os balanços de 2012 a 2014 ainda não foram julgados.

A distribuição da bolsa-auxílio está suspensa a partir deste ano, após a Promotoria argumentar que a concessão de benefícios estudantis não é atribuição do Legislativo.

O texto do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a Assembleia e o Ministério Público da Bahia em julho de 2014 dizia que, naquele momento, não se tinha "notícia de desvios" ocorridos na execução do programa. O acordo, no entanto, não impedia a adoção de medidas cabíveis nos casos que não se enquadrassem nas normas do auxílio.

Após a publicação da reportagem, a Promotoria promete investigar beneficiários e deputados que concederam as bolsas para identificar eventuais irregularidades.


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