Folha de S. Paulo


Alckmin fará corte de R$ 1,9 bilhão no orçamento

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), vai promover um corte de R$ 1,89 bilhão na folha de pagamento de funcionários comissionados do governo numa tentativa de reduzir despesas e minimizar o impacto da queda da arrecadação e da crise econômica nacional nas contas do Estado.

O ajuste será oficializado em decreto que deve ser publicado nesta quinta-feira (26) no Diário Oficial. Todas as pastas serão obrigadas a reduzir gastos com funcionários. Nas secretarias de Educação, Saúde, Segurança e Administração Penitenciária a tesourada será de 5%. Nas demais, o corte é de 10%.

O pacote de medidas foi antecipado nesta quarta-feira (25) pelo jornal "Valor Econômico" e confirmado pelo governador em agenda à tarde em Brasília. "Nós estamos cautelosos. Há uma deterioração do quadro econômico em nível nacional, isso é perceptível, a arrecadação é menor que o esperado e nós não queremos cortar investimento", disse o tucano.

Pedro Ladeira/Folhapress
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se reuniu com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se reuniu com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha

O governo também determinou um corte de 30% no valor gasto com horas-extras de funcionários e vai propor à Assembleia Legislativa a extinção de duas fundações, a Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo) e a Cepam (Fundação Prefeito Faria Lima).

Aliados do governador dizem que o ajuste tenta adequar as contas do Estado à instabilidade que ronda o cenário econômico nacional e citam como principal motivação para o corte a perspectiva de retração do PIB de 2014 em relação ao que havia sido projetado no orçamento.

O Bandeirantes trabalha com a expectativa de que o PIB de 2014 trará uma variação negativa de 0,3% ou 0,4%. Por isso, a gestão Alckmin não descarta novos ajustes ao longo do ano.

PROTESTO

Antes de desembarcar em Brasília, no início da tarde desta quarta, Alckmin participou de uma solenidade na cidade de Franca, onde entregou uma escola e anunciou parceria com Apaes (Associação de Pais Amigos dos Excepcionais de São Paulo) em dez municípios.

Ao chegar na cidade, o governador se deparou com um protesto organizado por cerca de 35 estudantes da o Unesp (Universidade Estadual Paulista). Os manifestantes pediam melhorias na qualidade do ensino.

Alckmin deixou o evento antes do previsto por seu cerimonial e sem fazer um pronunciamento. Sua assessoria disse que o governador tinha hora marcada para viajar para Brasília.


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