Folha de S. Paulo


Renan diz que respeitará tamanho de partidos para presidência de comissões

Depois de bater boca com membros da oposição por ter indicado aliados para os cargos de comando do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse nesta terça (10) que vai respeitar o tamanho dos partidos na divisão das presidências das comissões permanentes da Casa.

Renan afirmou que vai seguir o critério, previsto pelas regras do Senado, de que os partidos com maiores bancadas indiquem os presidentes das comissões.

A regra deveria ter sido seguida na divisão dos cargos da Mesa Diretora, mas aliados de Renan indicaram nomes ligados ao peemedebista, o que deixou o PSDB e o PSB sem vagas no comando do Senado. Acusado pela oposição de "tratoraço" para agradar aliados que o escolheram presidente do Senado, Renan bateu boca no plenário com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG).

O peemedebista disse que a divisão dos comandos das comissões será feita levando em conta o tamanho das siglas. Como o PSDB é a terceira maior bancada do Senado, teria direito a escolher o comando de uma comissão depois do PMDB e o PT.

"A composição das comissões se faz pela indicação dos blocos partidários. Quando não houver bloco, se faz pelo partido. Os líderes compõem as comissões, o mais idoso convoca e faz eleição para presidente", disse Renan.

O PMDB, maior partido do Senado, vai escolher a presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), considerada a mais importante da Casa. O partido ainda não escolheu o nome do senador que será indicado para o cargo, disputado por nomes como Romero Jucá (PMDB-RR) e Garibaldi Alves (PMDB-RN).

O PT, segunda maior bancada, pretende pedir o comando da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). O senador Delcídio Amaral (PT-MS) deve ser indicado para o cargo, que também é visado por outros membros da sigla.

TUCANOS

Líder do PSDB, o senador Cássio Cunha Lima (PB) disse que o partido ainda vai definir qual comissão pretende comandar. A sigla não descarta pedir o comando da Comissão de Infraestrutura, mas ainda vai discutir o assunto internamente na bancada.

"O que se espera com o mínimo de bom senso é que, nas comissões, a proporcionalidade dos partidos seja respeitada. As comissões são nossa atribuição legislativa, não vamos abrir mão delas. Seria um golpe retirar da oposição o comando de pelo menos uma comissão", disse o tucano.

Aliado de Renan, Jucá afirmou que as definições sobre o comando das comissões deve ocorrer só depois do carnaval. Até lá, o peemedebista disse esperar que o clima de "racha" com a oposição seja revertido no Senado. "Vamos apelar para o bloco simpatia é quase amor, diminuir as tensões, esperar a poeira baixar, para que isso seja definido", disse o senador.


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