Folha de S. Paulo


Renan Calheiros diz que não conhece Youssef ou envolvidos na Lava Jato

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta segunda (9) ter mantido encontros com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Renan disse que não conhece "nenhum desses" envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

"Sinceramente, a chance de que eu possa ter tido encontro com essa gente é zero. Absolutamente zero. Nenhuma chance", afirmou.

O nome do peemedebista aparece na suposta lista de políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras, mas Renan nega qualquer envolvimento com o esquema de desvio de recursos da estatal.

Os nomes dos políticos surgiram em depoimentos prestados à Justiça por Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmaram acordos de delação premiada com a Justiça. Os dois estão presos desde o ano passado.

Renan disse que não sabe quem é e "nunca ouviu falar" em Youssef, a não ser pelos jornais. "Não sei nem quem é. Não conheço nenhum desses", disse o senador.

Pedro Ladeira/Folhapress
Renan Calheiros (PMDB-AL), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Romero Jucá (PMDB-RR), após reunião
Os peemedebistas Renan Calheiros (AL), Eduardo Cunha (RJ) e Romero Jucá (RR), após reunião

Em depoimento à extinta CPI da Petrobras no ano passado, a ex-contadora de Youssef Meire Poza disse ter tomado conhecimento de um encontro entre Calheiros e o doleiro em março do ano passado.

Segundo ela, o doleiro iria captar R$ 25 milhões do Postalis, fundo de pensão dos Correios, para saldar dívidas de uma de suas empresas. A contadora participará de entrevista no SBT na noite desta segunda.

Poza afirmou que Youssef fez acordo com indicados do PT e do PMDB, que segundo ela controlam o fundo de pensão, para viabilizar a captação, mas teve que acertar com Calheiros "a ponta do PMDB".

O presidente do Senado nega as acusações, ao afirmar que nunca se encontrou com o doleiro.

DENÚNCIA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai indicar todos os políticos que serão investigados, incluindo os crimes de que são suspeitos, no bloco de denúncias e pedidos de abertura de apuração relativos à Operação Lava Jato que irá apresentar ainda este mês ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Quando os pedidos forem feitos ao Supremo, Janot revelará a lista com todos os denunciados e indiciados. Serão apresentadas denúncias contra políticos que o Ministério Público considera já ter provas de participação no esquema.

Os inquéritos, por sua vez, serão abertos contra as autoridades em que só há indícios de participação.


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