Folha de S. Paulo


Restringir fusão de partidos é ferir direitos, diz Cid Gomes

O ministro Cid Gomes (Educação) afirmou nesta terça-feira (3) que restringir a fusão de partidos é "ferir direitos".

Numa articulação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com a oposição, a Câmara dos Deputados pode votar até a próxima semana um projeto que dificulta a incorporação de siglas.

A medida é uma reposta a tentativa de recriação do Partido Liberal, que nos bastidores conta com o aval do ministro Gilberto Kassab (Cidades) e tem a simpatia do Palácio do Planalto. A ideia seria fundir o partido com o PSD, atual legenda do ex-prefeito de São Paulo, para ampliar a base governista no Congresso.

Cid disse não conhecer o projeto, mas defendeu a liberdade de união dos partidos.

"Eu acho que há uma legislação sobre isso e a fusão de partido deve ser algo permanentemente admissível. Não tenho conhecimento do que se pretende colocar no projeto, mas acho que isso é principio democrático. No meu juízo, quem quiser alterar isso vai estar ferindo direitos", disse o ministro em visita ao Congresso.

Pelo Twitter, Kassab afirmou que apoia restrições para criação de legendas. Publicamente, o ministro nega que tenha ligação com a recriação do PL.

"Excelente iniciativa da Câmara dos Deputados. A bancada do PSD apoia limite para novos partidos", afirmou o ministro.

Cid visitou a bancada do Pros na Câmara. Após ser indicado para o ministério, os deputados divulgaram uma nota afirmando que ele era da cota pessoal da presidente Dilma Rousseff.

O ministro afirmou que a relação com o partido está tranquila. Nos bastidores, alguns deputados insinuam que ele poderia trocar o partido pelo PT. Ele se colocou como um "soldado do Pros".


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