Folha de S. Paulo


Empresas eram usadas para pagar propina a Duque, diz delator

Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, da Toyo Setal, revelou que cinco empresas eram usadas para pagar propina a emissários de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras.

Segundo ele, que firmou acordo de delação premiada, essas empresas trabalham com suposto aluguel de máquinas de terraplanagem e emitiram notas fiscais sem a prestação de serviços "para gerar a saída de recursos do consórcio", o que permitiu um caixa dois na Setec Tecnologia, um braço da Toyo Setal.

O dinheiro, diz o delator, foi usado para pagar propina em troca de negócios na estatal. Só em dois contratos, Mendonça Neto repassou R$ 66 milhões simulando a contratação de máquinas.

"Os contratos simulados eram de aluguéis de equipamentos e terraplanagem para obras da Repar [refinaria da Petrobras no Paraná]. Essas empresas eram pagas na sua grande maioria por transferências bancárias e as empresas disponibilizavam reais em espécie ou remetiam os valores ao exterior", disse o delator, citando as empresas Legend, Soterra, Power, SM Terraplanagem e Rockstar.

A quebra do sigilo bancário da empresa de Mendonça Neto, a Tipuana Participações, indicou um total de R$ 31 milhões depositados na conta da Legend e outros R$ 35 milhões na conta da Soterra nos anos de 2009 e 2010.

Duque nega ter participado de irregularidades.


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