Folha de S. Paulo


Líderes da Câmara rejeitam proibir foto ou filmagem de voto

Mesmo após boatos de que haveria uma movimentação para fraudar a votação secreta para a presidência da Câmara, os líderes partidários rejeitaram neste domingo (1º) pedido para aprovar resolução proibindo parlamentares de filmar ou tirar foto de seus votos.

Ficou acertado que haverá uma recomendação para que os congressistas evitem o uso do aparelho durante a votação. Os líderes também acertaram que se algum parlamentar for flagrado fazendo o voto, poderá ser levado ao Conselho de Ética.

Na discussão dos líderes para evitar a restrição, prevaleceu a tese da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara já que isso não está previsto no regimento.

A eleição para a presidência da Câmara está marcada para o início da tarde. Como a votação é sigilosa, foram espalhadas 14 cabines pelo plenário para os 513 deputados que tomaram posse possam registrar seus votos.
Nesta semana, o candidato do nanico PSOL, o deputado federal Chico Alencar (RJ), disse ter ouvido um "zum zum zum" de que adversários estariam tramando a fraude.

Alencar, que não falou de quem recebeu a informação nem em nomes de supostos fraudadores, disse que a intenção seria se aproveitar de uma brecha nas regras da votação, que é secreta.

A armação funcionaria da seguinte forma: os 513 deputados federais irão eleger o presidente da Casa em votação que se dará dentro de cabines fechadas, instaladas no plenário. A votação é eletrônica e secreta, mas como o regimento da Câmara não proíbe que o parlamentar entre na cabine com aparelhos celulares ou qualquer outro tipo de equipamento eletrônico, ele pode fotografar a tela de votação no momento em que tenha escolhido o candidato.

Nas eleições gerais, desde 2009 é proibido o ingresso na cabine de votação com aparelho celular ou qualquer outro equipamento que faça imagens. O objetivo é justamente evitar que o voto seja registrado a pedido de candidatos que praticam a compra de votos.

Há quatro candidatos para a presidência da Câmara. Além de Alencar, concorrem o líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), hoje o favorito, o petista Arlindo Chinaglia (SP) e Júlio Delgado (PSB-MG).

A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara afirmou que fará uma análise sobre o caso, mas que dificilmente haverá proibição, já que isso não está previsto no regimento. No máximo, pode haver uma recomendação.


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