Folha de S. Paulo


Chinaglia desafia adversários a provar troca de apoio por cargo

O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), que é candidato à presidência da Câmara, negou nesta terça-feira (20) que pessoas ligadas à sua campanha estejam oferecendo a congressistas cargos em governos em troca de apoio na eleição e afirmou que os adversários precisam provar a suspeita.

Reportagem da Folha nesta terça mostrou que o principal rival do petista, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), relatou que 'ministros' estão abordando deputados com 'todo tipo de propostas', incluindo ofertas de cargos. Outros congressistas ouvidos também confirmaram a situação.

"Eu não tenho cargo para oferecer. Parto de um pressuposto: quando faço uma denúncia, eu provo. Eu não tenho que me defender do que alguém está dizendo. Prove. É mais simples", disse Chinaglia.

Em visita a Porto Alegre, onde almoçou com petistas e aliados, ele também fez críticas a Cunha e disse que o peemedebista tentou se aproveitar da polarização entre PT e PSDB na eleição presidencial, mas não conseguiu.

"Houve uma tentativa de alguém [Cunha] virar candidato tanto do governo quanto da oposição. Não funcionou. Porque o movimento do candidato Eduardo foi virar o porta-voz do movimento 'fora PT'. E eu não sei se o PMDB tem tanta autoridade assim para criticar todo e qualquer partido. Na minha opinião, não."

O petista disse ainda que apoiará o candidato do PSB, Júlio Delgado (MG), se ficar fora do segundo turno na eleição. A eleição ocorrerá no dia 1º de fevereiro.

"Temos uma relação muito boa. Não há acordo, mas, se o Júlio for para o segundo turno, eu apoio o Júlio", disse.

GASTOS DO LEGISLATIVO

Cunha e Chinaglia têm prometido na campanha atender reivindicações dos congressistas que iriam gerar mais gastos de dinheiro público no Legislativo. Entre elas, está o reajuste nas verbas para o pagamento de funcionários.

A jornalistas o petista afirmou que deputados estaduais possuem "megaestruturas" de trabalho nas Assembleias e que, proporcionalmente, o Senado gasta mais do que a Câmara. "Os orçamentos são praticamente iguais e lá são 81 senadores e aqui são 513 deputados."


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