Folha de S. Paulo


Caso de perseguição a funcionário será investigado

A Polícia Federal vai investigar o testemunho de um funcionário da Petrobras que disse ter sido alvo de represálias após se opor a irregularidades em contratos da Replan (Refinaria de Paulínia).

Segundo o depoimento, os problemas começaram a ocorrer a partir de 2006 na refinaria localizada no município de Paulínia, no interior de São Paulo.

O funcionário afirmou à PF que percebeu as irregularidades e que, depois de mostrar oposição a elas, sofreu vários tipos de retaliações, como perda de cargo de chefia, transferência de posto de trabalho e afastamento de comissão de licitação.

A Replan é uma das refinarias cujos contratos são alvo de investigação na Operação Lava Jato.

Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal em dezembro passado, um cartel formado por empreiteiras fraudou uma licitação da Replan iniciada em dezembro de 2007.

De acordo com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, aditivos contratuais elevaram posteriormente o valor do negócio para cerca de R$ 1 bilhão.

A PF suspeita que o ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque tenha recebido propina de obras da Replan. A informação consta de depoimentos dos executivos Augusto Ribeiro Mendonça Neto e Júlio Camargo, ligados à Toyo-Setal, acusada de integrar o cartel de empreiteiras que atuava na estatal.

Segundo denúncia feita à Justiça Federal, o grupo atuou de 2004 a 2014 na Replan e nas refinarias de Abreu e Lima (Pernambuco), Comperj (Rio de Janeiro), Repar (Paraná) e Revap (São Paulo).


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