Folha de S. Paulo


PF diz que não achou valores ocultados na casa de ex-diretor da Petrobras

A Polícia Federal não encontrou indícios de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) tenha ocultado valores no terreno de sua casa, no Rio de Janeiro.

Conforme a Folha mostrou, o policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, disse ter ''ouvido'' que o Costa teria aterrado uma piscina para guardar dinheiro.

A PF, por meio de nota oficial, informou ter feito duas diligências na residência do ex-diretor, num condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e confirmou que a piscina fora aterrada.

Reprodução/Google Earth
Vista aérea da piscina na casa de Paulo Roberto Costa
Vista aerea da casa de Paulo Roberto Costa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Daniel Marenco - 15.jan.2015/Fohapress
Vista aerea da casa de Paulo Roberto Costa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Vista aerea da casa de Paulo Roberto Costa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

A assessoria de imprensa da PF explicou que os peritos usaram um equipamento capaz de identificar volumes a até dez metros de profundidade do solo, mas não encontraram nada.

Disse ainda que as diligências ocorreram entre 17 e 19 março do ano passado e "a partir de 1 outubro", sem precisar a data da mais recente.

O depoimento em que Careca citou a piscina ocorreu no dia 18 de novembro. A Polícia argumenta que, antes de ouvi-lo, já tinha a informação sobre as suspeitas de que Costa teria escondido valores no local.

"Não foi encontrado qualquer indício da existência de compartimentos na área onde anteriormente havia uma piscina. Da mesma forma, não há indícios da ocultação de valores, documentos ou quaisquer itens no local", diz a nota.

O depoimento em que Careca citou a piscina ocorreu no dia 18 de novembro. A Polícia argumenta que, antes de ouvi-lo, já tinha a informação sobre as suspeitas de que Costa teria escondido valores no local.

Após a divulgação da nota da PF, a assessoria de imprensa de Paulo Roberto Costa afirmou, em dois momentos, que policiais federais foram à residência do ex-diretor nesta sexta-feira.

"Policia Federal esteve no local, hoje, e o aterro é velho, de uns bons anos. Nada foi encontrado", disse a assessoria, por e-mail.

Após receber a mensagem, a Folha voltou a procurar a PF, que negou a versão. A polícia acrescentou que a hipótese de uma nova diligência nesta sexta foi levantada, mas descartada por não haver fatos novos.

Em seguida, a assessoria de comunicação de Paulo Roberto Costa voltou atrás. Entrou em contato com a Folha, admitiu ter se confundido e afirmou que, de fato, os policiais não estiveram na residência de Costa hoje.

CERVERÓ

No mesmo comunicado, a Polícia Federal enviou informações a respeito de outro ex-diretor da Petrobras, Nesor Cerveró (Internacional), preso na madrugada de quarta-feira.

Esclareceu que Cerveró não está ocupando a mesma cela de Fernando Soares, o Fernando Baiano, preso sob suspeita de atuar como lobista do PMDB junto à Petrobras.

Ambos estão na carceragem da superintendência da PF em Curitiba, porém, em unidades diferentes.

"A carceragem possui duas alas com celas destinadas a presos provisórios. Em uma dessas alas, estão abrigados Alberto Youssef, Fernando Baiano e Nestor Cerveró, todos em celas separadas. Neste momento, cada um deles compartilha cela com um preso comum, sem ligação com a Operação Lava Jato", diz a nota.

Editoria de Arte/Folhapress

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