Folha de S. Paulo


Petista substituirá Kátia Abreu no Senado

No ano em que o governo necessitará de apoio no Congresso para enfrentar as investigações da Operação Lava Jato, o PT ganhará um novo membro no Senado.

A saída da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura abriu a vaga para seu primeiro suplente, Donizeti Nogueira, 59, que é filiado ao PT desde 1981.

A bancada do PT no Senado terá 13 integrantes a partir de fevereiro –a segunda maior da Casa. Donizeti é contra criar nova CPI sobre a Petrobras: "Eu não sou Polícia Federal nem Ministério Público. O caso está sendo bem investigado pela polícia, tem um juiz rigoroso. Não vejo necessidade de uma CPI. Perder tempo com CPI para quê?".

Ele foi assessor do ex-deputado federal e senador eleito Paulo Rocha (PT-PA) na Câmara dos Deputados e do deputado Pedro Celso (PT-DF) na Câmara Distrital no DF.

Técnico agropecuário e formado em administração de empresas pela Universidade Federal do Tocantins, Donizeti atuou na formação do movimento de teatro amador nos anos 80 e presidiu o diretório estadual do PT de 1989 a 1995. É empresário desde 2010 (tem uma consultoria).

Em 2014, Donizeti e o presidente do PT, Rui Falcão, articularam uma aliança com a senadora Kátia Abreu, o que configurou uma guinada na trajetória do futuro senador: "Eu e a senadora sempre fomos adversários políticos. Mas para governar é preciso fazer alianças", disse ele.

Após o anúncio da chapa, filiados ao PT em Gurupi (TO) reclamaram do apoio prestado pelo comando do partido à senadora. Donizeti disse que as críticas partiram de uma minoria. "Houve apenas três pessoas que se manifestaram contra a aliança. Mas o PT de Gurupi fez uma nota pública de apoio", disse.

A formação do novo ministério de Dilma também abriu vagas para os suplentes dos senadores Armando Monteiro (PTB-PE) e Eduardo Braga (PMDB-AM), que assumiram os cargos de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e de Minas e Energia, respectivamente.

Monteiro foi substituído no Senado por Douglas Cintra, 48, empresário de Caruaru (PE). Dono de uma distribuidora de gêneros alimentícios que emprega 3,7 mil funcionários e faturou R$ 1,25 bilhão no ano passado, Cintra foi presidente da Federação das Associações Comerciais de Pernambuco.

A vaga do ex-líder do governo Eduardo Braga será ocupada por sua mulher, Sandra Braga, que virou sua suplente em 2010: "Sandra vem fazendo militância política comigo desde a universidade. Sempre fui uma pessoa cautelosa, sempre achei que não valeria a pena a Sandra ser deputada federal e eu, senador. Ela foi minha suplente muito mais como solução da disputa política", disse ele.


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