Folha de S. Paulo


Clube Militar elogia novo comandante do Exército

O presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel, disse que o novo comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, é um "democrata" que concorda com as opiniões de oficiais da reserva sobre a ditadura (1964-1985).

"Ele é brilhante, uma unanimidade [no Exército]", disse Pimentel: "É um grande amigo. A presidente não poderia ter escolhido melhor".

O clube presidido por Pimentel, que reúne militares da reserva, vocaliza opiniões favoráveis ao golpe de 1964.

Para eles, a ditadura foi necessária para barrar o comunismo, e as tentativas de investigar e punir agentes apontados como torturadores são atos ilegais de revanchismo.

Em resposta ao recente relatório final da Comissão Nacional da Verdade, por exemplo, o clube emitiu uma nota segundo a qual o documento é uma "coleção de calúnias".

A comissão responsabilizou 377 agentes (inclusive os presidentes militares) pelas violações ocorridas no período. Questionado sobre qual é a opinião do novo chefe do Exército sobre o regime, Pimentel disse: "Concorda com nossas opiniões. Assim como nós, entende que a estamos vivendo uma nova fase [da história]. É um democrata, um sujeito sensato, equilibrado".

Ele frisou que não pode falar em nome de Villas Bôas. Contatado por meio da assessoria do Exército, ele não comentou as falas de Pimentel. Villas Bôas não costuma dar declarações. Em 2013, questionado sobre a Comissão da Verdade, disse: "Institucionalmente, não há nenhuma implicação para nós".


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