Folha de S. Paulo


Apoiado pelos irmãos Gomes, petista toma posse no Ceará

Engenheiro agrônomo e servidor licenciado do Ibama, Camilo Santana (PT), 46, toma posse nesta quinta-feira (1º) como governador do Ceará.

Acusado de falta de experiência administrativa durante as eleições, Camilo terá apoio do novo ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), que comandou o Estado nos últimos oito anos, e do irmão, Ciro Gomes, um dos responsáveis pela eleição do petista.

Ex-secretário no governo Cid, Camilo obteve 53% dos votos válidos, derrotando o senador Eunício Oliveira (PMDB) em uma disputa acirrada.

Ao longo da disputa, os dois candidatos usaram a imagem da presidente Dilma Rousseff, que manteve a neutralidade.

Além do Ceará, Bahia e Piauí também serão governados pelo PT. Durante a campanha, Santana contou também com o apoio de 120 prefeituras, de um total de 184 municípios cearenses.

Em seu primeiro mandato, Santana terá a segurança pública como um dos principais desafios. O Estado tem o terceiro maior índice de homicídios do país –44,6 mortes por 100 mil habitantes. E, durante a campanha, Cid causou mal-estar ao declarar que a Polícia Militar estaria atuando como "milícia" para prejudicar a campanha petista.

Camilo também prometeu aumentar o número de escolas profissionalizantes, adotar um critério para pontuação dos profissionais de saúde, aumentar o efetivo policial e construir dois hospitais públicos. Herdará o Estado com crescimento de 3% do PIB (dados do segundo semestre) e com dívidas a serem pagas a longo prazo.

Nos últimos dois anos, o governo Cid pegou emprestado R$ 7 bilhões para custear obras como a construção de delegacias, hospitais e também de um mega-aquário –orçado em R$ 270 milhões.

O Ceará também vem enfrentando uma crise de abastecimento de água nos últimos anos. Por causa da estiagem, 96% dos municípios cearenses entraram em estado de emergência em 2014.


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