Folha de S. Paulo


Petrobras estuda recorrer a empresas estrangeiras para compensar bloqueio

A Petrobras informou, nesta terça-feira, que poderá recorrer a empresas estrangeiras para compensar a saída temporária, de sua lista de fornecedores, de 23 empreiteiras listadas nas investigações da Operação Lava Jato como suspeitas de formar cartel para fraudar licitações.

A suspensão das empreiteiras, entre elas as maiores do país, foi decidida pela companhia na segunda-feira, e será aplicada enquanto comissões internas decidirão quais punições vão ser aplicadas a cada uma delas. Essas punições, diz a empresa, poderão ir de advertência, multa, suspensão temporária ou definitiva do cadastro de fornecedores da Petrobras.

O bloqueio das empresas não afetam contratos já firmados e em andamento. Licitações iniciadas mas que não tiveram propostas apresentadas, porém, serão afetadas pela medida. "As licitações continuarão a ser realizadas de acordo com as necessidades da companhia", informou a empresa, em nota.

Segundo a Petrobras, a permissão de contratação de estrangeiras será uma das alternativas estudadas para manter "procedimentos competitivos nas licitações".

A contratação de estrangeiras traria problemas à empresa em relação às exigências de conteúdo local feitas pelo governo em seus contratos.

Há duas semanas, a presidente da Petrobras, Graça Foster, havia conclamado o governo a estudar medidas de flexibilização de forma a compensar a saída de empreiteiras do mercado –até aquele momento, ainda um risco não concreto– devido às investigações da Lava Jato. A executiva chegou a falar, na ocasião, na possibilidade de realizar licitações internacionais.

Em relação a esse ponto, a empresa informou que, "caso se constate algum obstáculo ao cumprimento das metas, a Petrobras buscará alternativas para a solução da questão". A companhia, porém, não detalhou como isso poderia ser feito.


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