Folha de S. Paulo


Consultar procuradoria para nomear ministros é 'degradação institucional', diz Barbosa

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa definiu como "degradação institucional" a declaração da presidente Dilma Rousseff, dada nesta segunda-feira (22), segundo a qual o Ministério Público será consultado para elucidar se possíveis ministeriáveis estão envolvidos em algum grau com escândalos de corrupção.

Em sua conta oficial no Twitter, Barbosa publicou quatro mensagens com críticas à presidente, sem referir-se nominalmente a Dilma. "Que degradação institucional! Nossa presidente vai consultar órgão de persecução criminal antes de nomear um membro do seu governo", afirmou no primeiro texto.

Poucos minutos depois, o ex-ministro voltou à carga: "Há sinais claros de que a chefe do Estado brasileiro não dispõe de pessoas minimamente lúcidas para aconselhá-la em situações de crise".

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Joaquim Barbosa publica no Twitter críticas a Dilma Rousseff por fala sobre Ministério Público
Joaquim Barbosa publica no Twitter críticas a Dilma Rousseff por fala sobre Ministério Público

Cerca de meia hora após as primeiras mensagens, Barbosa criticou também os nomes que têm sido aventados para ocupar a vaga que era dele no STF —entre os cotados, há dois membros do governo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

"Onde estão os áulicos tidos como candidatos a uma vaga no STF, que poderiam esclarecer: Ministério Público não é órgão de assessoria!", prosseguiu Joaquim Barbosa. "Ministério Público é órgão de contenção do poder político. Existe para controlar-lhe os desvios, investigá-lo, não para assessorá-lo.", conclui ele, na última postagem.

Mineiro, Barbosa se mudou a cidade do Gama, no entorno de Brasília, para morar na casa de uma tia. Lá, ingressou por concurso no Ministério Público Federal.

Por fim, em sua última mensagem, o ex-ministro Barbosa publicou uma frase em francês (ele também fala alemão e inglês): "Du jamais vu!" —em português, "inédito".


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