Folha de S. Paulo


Suspeito de desvio, ex-diretor da Assembleia do Paraná deixa prisão

O ex-diretor geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, foi solto na madrugada deste sábado (6), após ficar uma semana preso.

Bibinho, como é conhecido, é acusado de ajudar a desviar R$ 200 milhões da Casa entre 2000 e 2010, por meio da contratação de funcionários fantasmas.

Miguel foi preso no dia 28 de novembro, ao receber R$ 70 mil em dinheiro no aeroporto de Brasília. O Ministério Público suspeita que ele esteja utilizando empresas de fachada e laranjas para movimentar bens e dinheiro. Ele nega.

Nesta sexta-feira (5), vencia o prazo da prisão temporária decretada pela Justiça. O Ministério Público não pediu sua conversão em prisão preventiva.

Além de Bibinho, foram soltos nesta madrugada dois de seus filhos, Luciana de Lara Abib, 30, e Eduardo Miguel Abib, 32. Eles também estavam presos junto com outras duas pessoas, suspeitos de serem laranjas de Miguel.

HISTÓRICO

O ex-diretor já foi condenado a 37 anos de prisão neste ano, por causa dos desvios na assembleia. Ele recorre das decisões. A Justiça também determinou a indisponibilidade de seus bens –ou seja, eles não podem ser vendidos nem transferidos a terceiros.

Para o Ministério Público, porém, Bibinho vem utilizando desde 2010 empresas de fachada para ocultar seu dinheiro. Boa parte desses valores, afirmam os promotores, foi desviada da assembleia.

O advogado de Miguel, Eurolino dos Reis, nega as acusações de desvio e diz que as denúncias contra seu cliente são "fantasiosas". Ele está recorrendo das condenações.

Sobre as suspeitas de lavagem de dinheiro e a prisão no fim de novembro, Reis diz não poder comentar porque as investigações correm em segredo de Justiça.


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