Folha de S. Paulo


Ex-diretor da Assembleia do Paraná é preso com R$ 70 mil

O ex-diretor geral da Assembleia Legislativa do Paraná, acusado de ajudar a desviar R$ 200 milhões da instituição entre 2000 e 2010, foi preso com R$ 70 mil em dinheiro no aeroporto de Brasília, na manhã de sexta-feira (28).

Abib Miguel, conhecido como Bibinho, é réu em ações que o acusam de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Segundo o Ministério Público, ele comandava a contratação de funcionários fantasmas para efetuar o desvio de dinheiro público.

Ele já foi condenado a 37 anos de prisão neste ano, em duas ações relativas ao caso, mas está recorrendo das decisões. Sua defesa nega que tenha havido desvios.

Desta vez, Miguel foi preso sob suspeita de utilizar empresas de fachada e laranjas para movimentar bens e dinheiro.

"O intuito dele era se safar de qualquer pretensão do estado em reaver o dinheiro desviado", comenta o promotor Leonir Batisti, do Ministério Público do Paraná.

Nesta segunda-feira (1), Miguel permanece detido, além de outras quatro pessoas, suspeitas de serem seus sócios e laranjas. Entre elas, estão dois de seus filhos: Luciana de Lara Abib, 30, e Eduardo Miguel Abib, 32. A prisão é temporária, válida por cinco dias (ou seja, até esta terça-feira, 2).

Pelo menos cinco empresas de fachada eram usadas para ocultar o dinheiro de Bibinho desde 2010, de acordo com os promotores. Boa parte desses valores, afirmam, foi desviada da Assembleia.

Os R$ 70 mil apreendidos no momento de sua prisão eram rendimentos de sua fazenda em Goiás, que, segundo o Ministério Público, também funcionou para lavar parte do dinheiro desviado da Assembleia.

O advogado de Miguel, Eurolino dos Reis, informou que não iria se manifestar porque a investigação corre em segredo de Justiça. Sobre as acusações que pesam contra seu cliente, disse apenas que são "fantasiosas" e que está recorrendo das condenações.

Em 2010, quando o esquema de desvio foi revelado pelo jornal "Gazeta do Povo", Bibinho chegou a ficar cerca de seis meses preso, mas foi solto após decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).

Atualmente, Miguel é funcionário aposentado da Assembleia e continua a receber uma pensão líquida de R$ 20 mil mensais.


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