Folha de S. Paulo


Aumento da taxa de miseráveis está dentro da margem de erro, diz ministra

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, a ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) afirmou nesta quarta-feira (26) que o aumento da taxa de miseráveis no país, que passou de 3,6% para 4%, representa uma flutuação e está dentro da "margem de erro" das pesquisas.

A ministra disse que a extrema pobreza tem tido trajetória de queda no País: passou de 13,6%, em 1992, para 4%, em 2013. O número de pobres também diminuiu: de 31,4%, em 1992, para 8,8%, em 2013.

De acordo com os números publicados pelo Ipea, é a primeira vez desde 2003 (quando havia 26,24 milhões de brasileiros em situação de miséria) que o indicador registra alta: entre 2012 e 2013, o número passou de 10,08 milhões para 10,45 milhões, crescimento de 3,68%.

Para Tereza Campello, não há nenhum movimento na economia do país que justifique a reversão de queda no combate à pobreza, uma vez que o salário mínimo cresce acima da inflação, a taxa de desemprego está caindo e o Bolsa Família teve um aumento real no valor médio recebido por família.

"Eu gostaria de defender que a pobreza e a pobreza extrema continuam numa tendência de queda. Esse aumento está dentro da margem de erro. Achamos que é uma flutuação estatística e que, no ano que vem, vamos comprovar isso",afirmou.

Campello rebateu as acusações da oposição de que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) só publicou a análise dos dados no início deste mês por causa das eleições.

A ministra afirmou que os números da pobreza e da miséria no Brasil foram disponibilizados pelo governo em 18 de setembro. Segundo ela, qualquer pesquisador poderia ter consultado os números e feito análises a partir da página do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na internet.


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