Folha de S. Paulo


Thomaz Bastos trabalhou no hospital até a véspera de sua morte

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, morto na manhã desta quinta-feira (20), trabalhou, à revelia de seu médico, Roberto Kalil, até a véspera de seu falecimento.

Bastos comandava a defesa das empreiteiras Camargo Corrêa e Odebrecht na Operação Lava Jato, que investiga o pagamento de suborno na obtenção de contratos com a Petrobras.

Nesta quarta (19), o ex-ministro havia despachado com advogados das empresas da cama do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Thomaz Bastos estava internado desde terça (18) para tratamento de problemas no pulmão. Ele tratava de um câncer no órgão, mas não fazia quimioterapia e a situação parecia controlada, segundo pessoas próximas.

Desde o mês passado, o ex-ministro apresentava tosse e um pouco de fraqueza. Na semana passada, ele fez uma viagem a Miami (EUA) a pedido de um cliente, contra a vontade de sua família. Na volta, apresentou um quadro de embolia, que chegou a afetar seu coração.

O ex-ministro tinha encontro marcado com a presidente Dilma Rousseff no último dia 12, mas a reunião foi desmarcada pelas condições de saúde do advogado.

No Sírio, Bastos estava internado no mesmo quarto que, meses antes, havia abrigado Jô Soares, que passou 22 dias no hospital. Ambos passaram por tratamento que demandava utilizar uma máscara o tempo todo.

O apresentador teria ligado ao ex-ministro para dizer que o aparelho era "uma maravilha".

Ainda na quarta, segundo amigos, Bastos teria manifestado irritação com as notícias sobre seu estado de saúde. Recebia ligações de pessoas próximas preocupadas e dizia que estava trabalhando ativamente na Operação Lava Jato.


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