Folha de S. Paulo


Outros três ministros entregam carta de demissão ao governo

Além da ministra Marta Suplicy (Cultura), outros três ministros entregaram sua carta de demissão ao Palácio do Planalto até esta quarta (12): Mauro Borges (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Thomas Traummann (Secretaria de Comunicação) e Clélio Campolina (Ciência e Tecnologia).

A diferença entre eles é que Marta Suplicy já até fez um almoço de despedida de sua equipe nesta quarta e disse a assessores que não pretende mais despachar do seu ministério. Os outros continuam trabalhando aguardando uma decisão da presidente Dilma, que está em viagem ao exterior.

Ela pode tanto trocar alguns de seus nomes ainda neste primeiro mandato, como deixar que todos terminem o ano no cargo, promovendo as trocas apenas quando tomar posse para os próximos quatro anos.

As cartas entregues ao Palácio do Planalto, à exceção da encaminhada por Marta Suplicy, seguem o estilo protocolar, colocando os cargos à disposição.

O presidente interino da República, Michel Temer, assinou nesta quarta a exoneração de Marta do cargo. Sua substituta imediata na pasta é a secretária executiva Ana Cristina Wanzeler.

A ministra da Cultura optou por fazer uma carta num tom diferente, com críticas indiretas à presidente Dilma, principalmente na condução da política econômica. A petista paulista desejou que a presidente seja "iluminada" ao escolher sua próxima equipe econômica e que opte por um ministro independente, capaz de resgatar a credibilidade e confiança do país.

BORGES

Mauro Borges disse nesta quarta que a entrega do cargo é um "procedimento natural em um governo de transição".

Segundo ele, "é natural que os ministros deixem a presidenta à vontade para ela montar o seu ministério no segundo mandato".

"Isso é absolutamente salutar. É parte da democracia. Considero isso um fato absolutamente positivo", afirmou o ministro após participar de um evento de comemoração dos dez anos da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).

A Casa Civil sugeriu à equipe da presidente Dilma que encaminhasse cartas colocando os cargos à disposição. Até o momento, nem todos estariam dispostos a acatar a sugestão do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), que está auxiliando a presidente a montar seu próximo governo.

PORTOS

O ministro da Secretaria de Portos, César Borges, afirmou que sua carta de demissão será apresentada nos próximos dias.

"Não houve pedido. Em fim de governo, é uma postura natural e mais do que lógica colocar o cargo à disposição, até como gentileza à presidente da República. Ninguém é dono do cargo", afirmou, após evento do setor portuário, em Brasília.

Questionado por jornalistas, ele desconversou sobre rumores de uma filiação ao PMDB, que o cacifaria para o Ministério dos Transportes. "Não há pressa. Não temos nenhuma eleição pela frente".

César Borges, que se desfiliou recentemente do PR, está sem partido. Ele deixou a legenda depois que líderes partidários exigiram sua saída do Ministério dos Transportes, em meados do ano, por causa da suposta resistência dele em atender a pedidos da legenda.

A presidente Dilma Rousseff, que estava satisfeita com o trabalho dele na pasta, o abrigou na Secretaria de Portos. Agora, cogita-se sua volta ao posto anterior, mas ele precisaria de um partido disposto a bancá-lo.

Com "VALOR"


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