Folha de S. Paulo


Clãs políticos mantêm domínio do Congresso, aponta levantamento

As eleições deste ano não afastaram do Legislativo filhos, mulheres, netos e sobrinhos de políticos.

A organização Transparência Brasil divulgou nesta quarta (12) um levantamento que mostra que a próxima legislatura do Congresso Nacional continuará formada por um grande número de deputados federais e senadores herdeiros de clãs políticos.

Na Câmara dos Deputados, de acordo com o levantamento, 49% dos deputados eleitos têm parentes na política —no Senado, esse índice é ainda maior: 60%. Ou seja, 6 em cada 10 senadores integram de alguma maneira um clã político.

Entre os senadores listados no levantamento estão Aécio Neves (PSDB, filho e neto de políticos), Marta Suplicy (PT, ex-mulher de um) e Renan Calheiros (PMDB, pai e filho de políticos).

O estudo da Transparência Brasil mostra que entre os novos deputados federais com menos de 35 anos, 85% deles pertencem a famílias que já têm atuação política.

Um exemplo é o mais jovem deputado federal eleito nas urnas, Uldurico Júnior (PTC-BA), 22. Seu pai e seu avô atuaram como parlamentares na Câmara.

REGIÕES

O estudo também analisou a situação de gênero e o quadro nos governos estaduais. A única mulher eleita no país foi Suely Campos (PP), em Roraima, que se tornou candidata após o marido ser impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.

A organização também fez um ranking das regiões do país onde há maior concentração de clãs políticos e os respectivos partidos.

Na Câmara, o maior número de herdeiros políticos é da região Nordeste (63%). Eles estão majoritariamente filiados ao PMDB, PTB e Solidariedade -o PT é a sigla com o menor índice (27%).

No caso do Senado, a região Norte está empatada na liderança ao lado de Sul e Sudeste, todos com 67%, com predominância de políticos com parentescos em partidos como PMDB, PP, DEM e PSDB.


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