Folha de S. Paulo


Manifestantes fecham Paulista para pedir constituinte de reforma política

Ao som de paródias de marchinhas de carnaval como "você pensa que o Congresso é sério, Congresso não é sério, não", movimentos sociais se organizaram nesta terça-feira (4) no centro de São Paulo a favor da convocação, após aprovação de um plebiscito, de Assembleia Constituinte para uma reforma política.

Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, fecharam trecho da avenida Paulista, sentido Consolação, em frente ao Masp. Os organizadores dizem que há mil pessoas.

O ato é promovido por entidades que apoiaram a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), como o MST, a CUT (Central Única de Trabalhadores), a CMP (Central de Movimentos Populares) e o Levante Popular da Juventude.

"O movimento foi marcado na terça-feira passada, mas obviamente o protesto da semana passada deu uma força", disse Raimundo Bonfim, coordenador estadual do CMP, em referência ao ato a favor do impeachment de Dilma que reuniu 2.500 pessoas, no sábado (1°), no mesmo local.

Com o microfone na mão, ele pediu "uma vaia para a ditadura e o regime militar". Parte dos manifestantes do sábado pediam, além da deposição da presidente, uma intervenção militar no país.

Presente na manifestação, a ex-presidenciável do PSOL, Luciana Genro, disse que "não vê o PT de fato empenhado" na defesa de um plebiscito sobre a constituinte, que ela considera "a forma mais democrática de participação popular".

Ela também esteve no local para criticar a cláusula de barreira que diminuiria o tempo de televisão e o acesso ao fundo partidário das legendas pequenas.

Nos discursos, sobraram críticas à imprensa e apoio à regulação do setor. "A mídia só será democratizada com a reforma política", disse Maria Julia, uma das coordenadoras da Marcha Mundial das Mulheres.

O ato se encerrou por volta das 20h40, após caminhada até a praça do Ciclista. Novo evento foi agendado para o dia 13, em defesa do mesmo tema.


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