Folha de S. Paulo


Falta de quórum adia pela 4ª vez análise de cassação de André Vargas

Por falta de quórum, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados adiou nesta terça-feira (4) pela quarta vez a análise do processo de cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR), acusado de quebra de decoro devido à ligação com o doleiro Alberto Youssef.

Apesar de marcada para as 14h30, a sessão só tinha presença de 22 deputados às 15h30, o que impediu sua abertura. Era necessário um número mínimo de 34 parlamentares. Com isso, ficou adiada para esta quarta-feira (5) a análise do processo.

A cassação de Vargas foi aprovada por unanimidade em 20 de agosto no Conselho de Ética da Câmara, mas ele recorreu à CCJ para tentar reverter a decisão. Em 1º de setembro, o relator do recurso, o deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), deu parecer contra o recurso de Vargas, que até hoje não foi apreciado pela comissão e está trancando sua pauta.

Vargas respondeu ao processo por quebra de decoro parlamentar devido ao seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef em dois episódios: um voo em um jatinho emprestado pelo doleiro e o suposto uso de influência do parlamentar junto ao Ministério da Saúde para viabilizar um contrato da Labogen com o órgão para a formalização de um contrato de R$ 35 milhões para produção de medicamentos.

Apesar de não ter concorrido à reeleição, Vargas tenta evitar a cassação para não ser barrado pela Lei da Ficha Limpa, o que significaria ficar oito anos inelegível. Na semana passada, um pedido de vista feito por um petista, o deputado José Mentor (SP), também adiou novamente a votação da cassação de Vargas.

Após as vistas, Mentor apresentou nesta terça voto em separado defendendo que o processo voltasse ao início da tramitação no Conselho de Ética por ter descumprido algumas regras, como, segundo ele, a defesa não ter tido acesso com antecedência aos documentos que embasaram a cassação.


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