Folha de S. Paulo


Auditoria ameaçou denunciar estatal nos EUA

Responsável por auditar as demonstrações financeiras da Petrobras desde 2012, a americana PwC (Pricewaterhouse Coopers) ameaçou não avaliar o próximo balanço da empresa e, em último caso, denunciá-la nos EUA se a investigação sobre desvios na estatal não fosse aprofundada.

Onze dias depois, na segunda (27), a Petrobras divulgou ter contratado duas empresas, uma americana e outra brasileira, para aprofundar a investigação das denúncias reveladas na investigação da Operação Lava Jato.

O tema foi tratado em 16 de outubro, em reunião com cinco representantes da PwC e Sérgio Quintella, vice-presidente da FGV e conselheiro de auditoria da Petrobras.

Segundo ata à qual a Folha teve acesso, a PwC mostrou preocupação especial em relação à denúncia feita à Justiça pelo ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa de que teria recebido R$ 500 mil em propina do presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Para a PwC, a investigação era "absolutamente necessária" para atender às leis do mercado de capitais americano, onde a Petrobras negocia ações; se ela não fosse feita, a própria auditoria poderia denunciar a omissão nos EUA.

Procurado, Machado negou as acusações com veemência. A PwC afirmou que não fala sobre clientes. Quintella disse que o caso deveria ser comentado pela empresa, e a Petrobras não comentou.


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