Folha de S. Paulo


Com apuração sigilosa, Brasil vive expectativa de resultado relâmpago

Na eleição presidencial mais disputada desde 1989, os brasileiros vivem uma situação inusitada na apuração dos votos. São três horas de espera entre o início do fechamento das urnas, nos Estados que seguem o horário de Brasília, e o início da divulgação dos resultados, a partir das 20h (de Brasília).

Isso ocorre porque é preciso esperar o final da votação no Acre. Por causa do fuso horário e do fato de não haver horário de verão no Acre, o Estado está três horas atrás de Brasília.

A expectativa é que grande parte das urnas já esteja apurada quando o primeiro resultado for divulgado. "Estamos aguardando ansiosos ", afirmou a funcionária pública Pricila Bueno, 35, de Cascavel (PR), que acompanhou toda a eleição com amigos pelo aplicativo.

TOFFOLI

Em entrevista coletiva à imprensa no início da tarde, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Dias Toffoli, disse que apesar do acirramento na disputa presidencial, as eleições, do ponto de vista judicial, estão sendo uma das mais tranquilas dos últimos tempos.

O ministro destacou que, no segundo turno, houve um grande incremento no número de representações, uma vez que o TSE mudou sua jurisprudência e decidiu que ataques não seriam mais tolerados -somente o debate de propostas nas propagandas de rádio e televisão.

No entanto, como as coligações entraram em acordo e abriram mão das representações, a situação jurídica se resolveu. "Houve aumento nas representações, mas no final as coligações desistiram. Do ponto de vista de julgamento em plenário foram as eleições mais tranquilas dos últimos tempos."

DILMA

A presidente Dilma Rousseff ganhou um chimarrão de presente ao votar na escola estadual Santos Dumont, na zona sul de Porto Alegre, na manhã deste domingo (26).

Acompanhada pelo governador gaúcho, Tarso Genro (PT), Dilma foi saudada por apoiadores ao chegar ao local, onde votou às 8h45.

O regalo foi dado por Rogério Leal, fiscal do PMDB, partido que, no Rio Grande do Sul, é rival de Genro. O governador enfrenta o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori, à frente nas pesquisas.

A presidente, que passou a noite na capital gaúcha, ficou 7 minutos na seção eleitoral e não falou com a imprensa, pois já havia dado, antes da votação, rápida entrevista coletiva no hotel onde ficou hospedada.

Aos jornalistas, a presidente disse que a campanha com Aécio Neves (PSDB) teve "momentos lamentáveis".

AÉCIO

No último pronunciamento antes do fechamento das urnas, Aécio acusou o PT de fazer "terrorismo" para permanecer no poder. "Mas o Brasil acordou. O Brasil foi às ruas para dizer que quer ser dono do próprio destino."

O tucano disse estar "emocionado" em ter "contribuído de alguma forma" para esse movimento. A fala foi uma referência às diversas passeatas de apoiadores de Aécio que ocorreram no país neste sábado (25).

Aécio disse estar "com uma confiança serena" na vitória. Ele afirmou que, apesar de a disputa acirrada apontar para um país dividido, tem mais condições do que a presidente Dilma Rousseff (PT) de "unir a nação".

"Me vejo em muito melhores condições do que ela, até pelas armas que ela usou. Vamos mostrar que manteremos os programas sociais, que vamos cumprir todos os compromissos que assumimos. Estou pronto para ser o presidente da união nacional e de um novo ciclo", afirmou.


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