O ex-ministro (Fazenda e Casa Civil) Antonio Palocci Filho foi hostilizado e chamado de "palhaço" e "ladrão" por um casal após votar em sua seção neste domingo (26) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), cidade que governou em dois mandatos.
Palocci chegou por volta das 14h na escola estadual Otoniel Mota, no centro da cidade. Poucos antes de sua chegada, pessoas ligadas ao PT local avisaram os mesários e fizeram a "segurança" do petista.
A votação foi rápida, sem fila, e quando Palocci entrava no carro estacionado em frente à escola, uma mulher que se identificou como Camila Veloni começou a xingar o petista.
Ela havia votado antes do ex-prefeito na mesma seção. "Olha o que vocês fizeram com o meu país, vem contar, palhaço, ladrão", gritou.
Junto com ela, estava o marido, que segurava duas crianças. Ele também xingou Palocci, mas se afastou em seguida. "Hoje a roubalheira acaba", gritou o marido.
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| A eleitora Camila Veloni (à dir.) xinga o ex-ministro Antonio Palocci Filho, que está dentro do carro |
Camila, que vestia azul e afirmou ter votado em Aécio Neves (PSDB), disse aos jornalistas que sua atitude foi desabafo e que não é ligada a nenhum partido político. "Eu tinha muita simpatia [por Palocci] e eu me decepcionei. Ele foi o mentor de tudo isso. Ele participou dessa cúpula. Eu acreditava nele, eu votei nele. Eu gosto dele, sempre acreditei neles. Tomara que a gente não se decepcione de novo", afirmou.
Na confusão, Palocci entrou no carro e foi embora. Ao ser questionado pela Folha se voltará a se candidatar, o petista afirmou que "política sempre faz um pouquinho".
"O meu [plano] é continuar nas minhas atividades privadas, política a gente sempre faz um pouquinho", disse. Ele não comentou o xingamento.
Sobre a disputa eleitoral, afirmou estar otimista com a possível vitória de Dilma Rousseff. "Hoje é dia de deixar o povo decidir."
| Edson Silva/Folhapress | ||
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| O ex-ministro Antonio Palocci Filho se prepara para votar em seção do colégio Otoniel Mota, em Ribeirão |
Palocci, que nos últimos anos fez poucas aparições públicas em Ribeirão Preto, foi prefeito da cidade por dois mandatos (1993-96 e 2001-02). Deixou a prefeitura para integrar a equipe de transição do então presidente eleito, Lula, e, na sequência, tornou-se seu ministro da Fazenda.
Deixou o governo após a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa.
Em 2011, quando voltou a ocupar um cargo no governo federal (Casa Civil), no governo Dilma, Palocci deixou a função após denúncia de ter multiplicado seu patrimônio 20 vezes entre 2006 e 2010.