Folha de S. Paulo


Mantega diz que os mercados devem se acalmar na próxima semana

Ao votar neste domingo (26), em uma escola no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que os mercados devem se acalmar na próxima semana.

Investidores têm reagido mal à possibilidade de reeleição de Dilma Rousseff (PT), comprando dólares e vendendo ações, principalmente de estatais, a cada avanço que a candidata registrou nas pesquisas de intenção de voto.

Mantega classificou esse movimento como "oscilações normais". "Quando as urnas se fecham o mercado se acalma, como em 2002 e em 2006", disse. "A instabilidade que poderia haver, o mercado já antecipou e daqui ele pode acalmar".

"[Caso Dilma se reeleja] o mercado pode ficar tranquilo, porque vamos continuar seguindo as regras estabelecidas e continuar estimulando a economia, fortalecendo as empresas."

Para o ministro, a economia brasileira está em recuperação, inclusive com o retorno do crédito e do consumo.

Neste segundo semestre, disse ele, o ritmo de crescimento da economia deve estar ao redor de 2% ao ano. Mantega credita o mau desempenho na primeira
metade do ano, em que o PIB entrou em recessão técnica (dois trimestres seguidos em queda), ao menor número de dias úteis, ao fraco desempenho da economia global e à estiagem.

O ministro afirma que 2015 deve ser melhor do que este ano. "2014 é que foi um ano difícil", afirma.

Embora esteja deixando o cargo —a presidente Dilma adiantou que Mantega deve deixar o Ministério em um eventual segundo mandato—, ele afirmou que o seu sucessor deve fazer um ajuste fiscal em 2015. "Como fizemos em 2011", ressaltou. E que os juros tendem a ser reduzidos, uma vez que a inflação deve perder fôlego. Mantega disse contar com a ajuda da queda dos preços das commodities para baixar a inflação.

Com a esperada redução dos juros, Mantega espera que o crédito retorne e estimule o crescimento da economia. "Um dos fatores que impediram que a economia crescesse mais neste ano foi a falta de crédito para consumo."

Segundo o ministro, as vendas de automóveis e nos supermercados estão melhorando, o que sugere que a retomada do crédito já começou.
Mantega evitou falar de seu sucessor. "A presidente não está com a cabeça nessa questão neste momento."


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