Folha de S. Paulo


Igrejas do Rio flagradas com material de campanha ficarão fechadas, diz TRE

Os dois templos da Igreja Universal do Reino de Deus, lacrados neste sábado (25) após apreensão de cadastro de eleitores e material de campanha do candidato ao governo do Rio Marcelo Crivella (PRB), permanecerão fechados até o final do processo eleitoral.

A informação foi divulgada durante entrevista pela diretora-geral do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Adriana Brandão, na manhã deste domingo (26).

"A determinação da coordenadoria de fiscalização do TRE é que fique fechada até o final da eleição, mas nós não sabemos se será reaberta na segunda-feira (27). Ainda não temos como afirmar, isso será decidido", disse.

Um dos templos fechados é o de Del Castilho, na zona norte do Rio, a maior unidade da igreja no estado. O outro é o maior da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Além dos folhetos de propaganda eleitoral de Crivella, foram também apreendidos formulários de eleitores identificados por foto, número de título eleitoral, zona de votação e seção.

Durante a fiscalização na unidade de Del Castilho, com mandado judicial, pelo menos quatro portas foram arrombadas por seguranças do templo a mando de fiscais do TRE depois que funcionários alegarem que não tinham as chaves das salas. Nelas foram encontrados os materiais irregulares.

Ainda de acordo com Adriana, uma unidade da Igreja Mundial, em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, também foi fechado no sábado por conter propaganda negativa contra um candidato à Presidência.

Porém, no sábado, o TRE havia afirmado que o material apreendido fazia propaganda para o candidato ao governo do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Por meio de sua assessoria, o candidato do PRB afirmou que "não se deve fazer política dentro de nenhuma igreja", que não fez e não recomenda que se faça.

Disse ainda que durante toda a campanha não foi a nenhuma igreja e é contra a mistura de política e religião. Crivella lembrou que não exerce nenhum cargo na Igreja Universal há mais de dez anos.

Em relação à ação na igreja de Duque de Caxias, em nota, a Igreja Universal informou que "um membro da igreja, que fazia trabalho voluntário para o candidato Marcelo Crivella fora do templo de Duque de Caxias, deixou o material em uma sala, por esquecimento".

A declaração oficial não esclarece se o material que pertencia ao fiel da igreja seria o tal cadastro de eleitores. Também não menciona os 100 mil folhetos de propaganda de Crivella encontrados no estacionamento do templo.

No comunicado, a igreja lamenta que esteja "sendo punida pelo lapso de um único indivíduo."

A assessoria da Igreja não se posicionou sobre o fechamento da unidade de Del Castilho. A Folha não encontrou representantes da Igreja Mundial.


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