A Justiça Eleitoral de Alagoas determinou a suspensão de qualquer convocação de beneficiários do programa Bolsa Família até a realização do segundo turno das eleições no Estado, neste domingo (26).
A medida passou a valer nesta segunda-feira (20), mas o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas só divulgou comunicado oficial hoje (21).
Segundo denúncia encaminhada à desembargadora Elisabeth Nascimento, presidente da Justiça Eleitoral alagoana, um grupo de pessoas, ainda sem identificação, reuniu famílias atendidas pelo programa nas cidades de Paulo Jacinto (102 km de Maceió) e Campo Alegre (97 km da capital) para um falso recadastramento.
Na reunião, ocorrida neste último final de semana, os suspeitos informaram às famílias que todas elas estavam sendo convocadas a votar.
De acordo com o tribunal, os suspeitos também fizeram uma ameaça: se a população não for às urnas neste domingo, as cidades serão descredenciadas do programa de transferência de renda.
Como medida preventiva, a presidente do TRE-AL publicou portaria proibindo qualquer reunião referente ao programa no Estado, cabendo medidas judiciais a quem descumpri-la.
A Procuradoria Regional Eleitoral de Alagoas também acionou a Polícia Federal para investigar o uso eleitoral do programa nas eleições realizadas no Estado.
BOATO
Em 2013, um boato sobre o fim do Bolsa Família levou uma multidão às unidades da Caixa Econômica Federal, em grande parte, espalhadas pelo Nordeste. Beneficiários lotaram bancos para tentar sacar o benefício.
A Folha revelou depois do episódio que um dia antes do início dos boatos, que causaram filas e tumultos em 13 Estados brasileiros, a Caixa havia alterado, sem aviso prévio, todo o calendário de pagamento do Bolsa Família.
Todos os benefícios, em um total de R$ 2 bilhões, foram liberados de uma só vez nas contas das 13,8 milhões famílias atendidas.