Folha de S. Paulo


Dilma 'ganha' entre os argentinos

Se a decisão de quem será o próximo presidente do Brasil fosse tomada na Argentina, Dilma conseguiria se reeleger com folga: 51,5% dos argentinos a preferem ao candidato da oposição, Aécio Neves, que seria escolhido por 17,3%.

Esse foi o resultado de uma pesquisa da consultoria Ibarómetro, que ouviu mil argentinos sobre o tema. Uma parcela de 26% afirma ser indiferente a quem seja escolhido para comandar o maior parceiro comercial da Argentina e o maior país da região. E 5,2% responderam que não saberiam escolher entre um ou outro candidato.

Entre as mulheres, a atual presidente brasileira tem uma vantagem ainda maior (57%). Entre aqueles argentinos que simpatizam com Cristina Kirchner, então, Dilma tem 70% das preferências.

Ignacio Ramirez, diretor da Ibarómetro, afirma que a vantagem do PT entre os kirchneristas se dá porque o discurso de Cristina e seus apoiadores ressalta a importância da região em contrapeso ou, em alguns momentos, antagonismo, a outras partes do mundo e que Lula e Dilma são identificados como presidentes que pensam da mesma forma.

"Aderir ao projeto kirchnerista é aderir a um pacote ideológico no qual está muito presente a ideia de olhar com simpatia governos dos últimos anos da região, como os da Frente Ampla no Uruguai (do atual presidente José Mujica e do anterior, Tabaré Vazquez), Evo Morales, Michele Bachellet e o PT no Brasil. Há uma afinidade ideológica", diz ele.

O diretor da consultoria afirma que o fato de Dilma ser a atual presidente e, portanto, muito mais conhecida, lhe dá uma vantagem, mas faz uma ressalva dizendo que os resultados não são muito diferentes entre os argentinos que disseram estar acompanhando de perto o pleito brasileiro.

QUEM SE IMPORTA?

O intuito da pesquisa, diz Ramirez, era primeiramente detectar qual a importância que os argentinos dão às eleições no Brasil. A conclusão é que a escolha no Brasil é percebida como algo que irá produzir impacto na Argentina. "São 26% [os respondentes] que manifestam interesse nulo ou percepção de impacto zero pelas eleições no país vizinho. Ou seja, as eleições no Brasil são vistas como importantes para a região, seja pelo peso econômico, político ou simbólico", afirma.


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