Folha de S. Paulo


Sartori usou 'truque publicitário' para chegar ao 2º turno no RS, diz Tarso

O governador gaúcho Tarso Genro (PT), que tenta a reeleição, atribui a um "truque publicitário" a ascensão do peemedebista José Ivo Sartori na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.

O candidato do PMDB aparecia em terceiro lugar na maioria das pesquisas do primeiro turno, mas surpreendeu na reta final e acabou líder da primeira votação. Os dois agora disputam o segundo turno.

"Foi uma surpresa geral [o desempenho de Sartori] porque as pesquisas foram desmentidas. Nosso adversário ficou tão surpreso que pediu uma semana para não debater porque queria se informar melhor das coisas do Estado para daí fazer um debate mais produtivo", disse Tarso à Folha.

O PT criticou o fato de o peemedebista ter pedido o adiamento de debates no rádio e na TV na semana passada. O governador questiona o slogan "Meu partido é o Rio Grande", adotado pelo adversário, e afirma que a tática dele foi esconder a identidade partidária.

"A tática que ele [Sartori] usou foi não estabelecer identidade partidária e dizer: 'Meu partido é o Rio Grande'. O que na verdade é um truque publicitário porque ele tem partido, foi líder do governo [Antônio] Britto, o PMDB foi fundamental em todo o governo Yeda [Crusius]", disse Tarso, que completou.

"Essa não identidade que ele está apresentando é simplesmente um truque publicitário, que é legítimo dentro do debate eleitoral. Mas nós vamos mostrar que não tem subsistência."

Divulgação/Upprs
O governador do RS, Tarso Genro (PT), em campanha pela reeleição no Estado
O governador do RS, Tarso Genro (PT), em campanha pela reeleição no Estado

GOVERNO SEM PARTIDOS

Ele vê uma semelhança de estratégia com a utilizada pela presidenciável Marina Silva (PSB), que pregou na campanha que governaria com os melhores independente de partidos. "É uma estratégia de sair fora da política", diz.

A uma semana e meia da definição da eleição, Tarso diz que vai buscar a parcela "volátil" do eleitorado do Estado, que tradicionalmente se divide entre simpatizantes do PT e antipetistas.

"Aqui, um terço é do PT e partidos de esquerda, um terço a direita conservadora ou antiesquerda e um terço é um eleitorado fluído. O que está em disputa é o contingente fluído das eleições", diz.

Ele afirma que sua candidatura não conseguiu transformar em votos o que chamou de avaliação de "prestígio" do governo pela população. "Quem sabe faltou talento político. Seguimos mais preocupados em administrar bem o Estado e organizar os projetos."


Endereço da página:

Links no texto: