Folha de S. Paulo


Deputados da oposição apresentam moção de apoio à juiz da Lava Jato

Deputados da oposição apresentaram nesta terça-feira (14) uma moção de apoio em defesa do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR), responsável pelas ações penais decorrentes da Operação Lava Jato. Os deputados defendem ainda o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal nas investigações.

A iniciativa foi apresentada pelo líder do DEM na Casa, deputado Mendonça Filho (PE), que criticou os ataques do PT ao trabalho de Moro. Ele leu o requerimento na tribuna do plenário da Casa. O documento foi assinado também pelos líderes do PSDB, Antônio Imbassahy, Solidariedade, Fernando Francischini e do PPS, Rubens Bueno.

"É inaceitável o que o Partido dos Trabalhadores está fazendo em relação à Justiça Brasileira, que tem atuado com independência durante todo esse processo. O parlamento brasileiro tem que se pronunciar com uma moção de apoio ao trabalho da Justiça Federal, que está cumprindo com seu dever com a Constituição", disse Mendonça.

O deputado afirmou ainda que ficou "perplexo" com a posição da presidente Dilma Rousseff ao declarar que estava indignada com os vazamentos da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

"O que eu assisti e fiquei perplexo foi a presidente Dilma Rousseff se dizer indignada, mas não com as denúncias e com a corrupção envolvendo a Petrobras, e sim com o depoimento [de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal], que passou a ser de conhecimento da sociedade brasileira", disse.

O texto da moção defende que a "publicidade dos atos processuais garante à sociedade a possibilidade de acompanhamento e fiscalização da atuação do Poder Judiciário e do MPF".

Após a fala de Mendonça, o líder do PT na Casa, Vicentinho (SP), saiu em defesa da posição de seu partido e criticou a atuação de Moro. Ele questionou: "como é que um juiz permite o vazamento de depoimentos de um processo que está em segredo de Justiça?".

Ele aproveitou para cobrar a investigação de denúncias que envolvem os partidos de oposição, como o cartel de trens e do metrô de São Paulo durante gestões tucanas no Estado. "Se é para investigar, tem que investigar tudo. O que nós estranhamos é o uso de dois pesos e duas medidas.


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