Em entrevista coletiva nesta terça-feira (14), a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou estar tranquila para o debate da Band e indicou que abordará nele dados negativos da gestão do adversário Aécio Neves (PSDB) à frente de Minas Gerais.
"Agora, nós vamos ter uma discussão a sério e vamos cotejar não só o meu governo, mas o que o governo dele fez em Minas. É tentar entender porque ele não foi eleito em Minas", disse a petista, em referência ao fato de que ela recebeu mais votos que o ex-governador do Estado no primeiro turno da eleição.
"Não adianta ele fazer uma vacina contra a realidade. Ele vai ter que explicar, por exemplo, porque que ele, com o choque de gestão e tudo, produziu a segunda maior dívida entre todos os Estados brasileiros", atacou.
"Vai ter que explicar porque ele teve que fazer um termo de ajustamento com o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Não sou eu que digo, está assinado. Esse termo diz respeito a não investimentos em saúde e educação em valores significativos."
"E muitas 'otras cositas más'", disse, concluindo a questão.
Dilma negou que o ex-presidente Lula esteja ausente da campanha presidencial neste segundo turno.
"Não está ausente não, eu vivo falando com ele por telefone. Pelo contrário, não só aqui ele já fez uma grande plenária, muito boa, como está fazendo uma série de atividades, vamos fazer várias atividades juntos, podem ficar descansados", disse.
Nos bastidores, aliados da petista se dizem desconfortáveis e cobram uma ação mais enérgica do ex-presidente.
'DATAWAGNER'
Ao ser questionada sobre as pesquisas de intenção de voto que mostram empate técnico na corrida presidencial, Dilma disse que nunca comenta os levantamentos e contou que confia nas previsões do governador baiano Jaques Wagner (PT)
"Uma coisa eu digo pra vocês. Eu fiquei extremamente impactada com o 'datawagner', do Jaques Wagner", disse a petista, rindo. Segundo ela, desde 2006 o governador acerta resultados em seus palpites eleitorais.
Poucos segundos após deixar o salão onde concedeu a entrevista coletiva, Dilma voltou com Wagner ao lado. "Mostro aqui pra vocês, ao vivo e a cores, 'datawagner'."
Questionado sobre o resultado do segundo turno, o governador cravou: "51 a 49 pra ela. Apertadíssimo. Assim é mais gostoso". Em seguida, ambos deixaram o recinto.