Folha de S. Paulo


Em debate, candidatos ao governo do DF trocam acusações

Os dois candidatos ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR), travaram um embate entre a apresentação de propostas e ataques pessoais no debate realizado pelo UOL, Folha e SBT na tarde desta segunda-feira (13).

Rollemberg acusou Frejat de responder a quatro processos do Ministério Público Federal por improbidade administrativa. Ele é acusado de ter desviado recursos da área da saúde quando foi secretário da área no governo de Joaquim Roriz, na década de 1990. "Você fica dizendo que tem experiência na saúde, mas essa experiência eu não quero ter", disse o pessebista.

"Estou respondendo sim a essas ações. Estou porque comprei medicamentos para o tratamento do câncer sem licitação. E vou fazer quantas vezes for preciso. Eu sou médico. Não posso deixar as pessoas morrerem esperando uma licitação", respondeu Frejat.

Pedro Ladeira/Folhapress
Debate entre Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB), que disputam o governo do DF no 2º turno
Debate entre Jofran Frejat (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB), que disputam o governo do DF no 2º turno

Em um contra-ataque, Frejat lembrou que Rollemberg começou a trabalhar no Senado, em 1980, por indicação política sendo depois efetivado, quando o pessebista defendia a realização de concursos públicos para substituir os cerca de 19 mil funcionários em cargo de comissão nos órgãos do DF.

"Eu entrei como todos os brasileiros. Fui efetivado pela Constituição depois. Queria lembrar que eu sou o relator da lei geral do concurso público no Brasil. Entendo que essa sim é a forma mais adequada de ingresso no serviço público", afirmou Rollemberg.

Frejat também criticou a posição do PSB por ter feito parte da base aliada dos governos Lula e Dilma até o ano passado e, após a derrota da candidata à Presidência, Marina Silva, declarar apoio à Aécio Neves (PSDB). "Não entendo essa posição de vocês. Isso é oportunismo. Nós apoiamos o Aécio desde que ele estava com 15% de intenção. Meu partido pode mudar e eu posso mudar de partido, mas eu não vou mudar minha posição", disse.

Na semana passada, Aécio declarou apoiar a candidatura de Rollemberg. Após o debate, Frejat afirmou que a atitude do tucano não o incomoda. "Apoio a gente ganha em um momento e pode perder depois", disse.

Em diversos momentos, Frejat fez questão de ligar Rollemberg à Agnelo Queiroz (PT), atual governador do DF. Com uma alta taxa de rejeição, Agnelo ficou em terceiro lugar no primeiro turno e não foi reeleito.

Substituto de José Roberto Arruda, que desistiu da candidatura devido à Lei da Ficha Limpa, Frejat negou a alcunha de ser um "político de aluguel" por estar à frente da chapa que era comandada por Arruda e tem o apoio de Joaquim Roriz, tradicional político do DF.

"Não consigo entender o que é ser político de aluguel. Antes de Roriz ser governador eu já era deputado. Eu aceitei ser o vice de Arruda porque ele foi um grande governador. Meu compromisso é com o povo do DF. O trabalho do meu governo, os erros e acertos serão meus. Eu não vou decepcionar minha população", disse Frejat.

No primeiro turno, Rollemberg ficou em primeiro lugar com 45,23% dos votos válidos. Frejat ficou em segundo, com 27,97%. Já Agnelo, obteve apenas 20,07% dos votos.

O debate durou uma hora e teve quatro blocos. No segundo bloco, os jornalistas Álvaro Pereira, do SBT, e Francisco Jordão, da Folha, fizeram duas perguntas, cada um, para os candidatos.

Durante o debate, os candidatos apresentaram propostas para a saúde, edução e moradia. Rollemberg prometeu reduzir a burocracia e efetivar uma política transparente, com prestação de contas para a população e Frejat garantiu que irá dar prioridade para a recuperação dos hospitais.


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