Folha de S. Paulo


'Tenho coisas mais relevantes para ler', diz Aécio sobre Jaques Wagner

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, não quis responder às críticas que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), fez a ele em entrevista na edição da Folha desta segunda-feira (13).

Wagner afirmou que Aécio "não tem muito apreço ao trabalho", não pode dar aula de ética e que o PSDB promove a "destilaria do ódio" nesta campanha.

"Tenho coisas mais relevantes para ler", afirmou o candidato, em visita a Curitiba (PR). Mesmo depois de informado sobre o teor da entrevista, ele não quis comentar as declarações e permaneceu em silêncio.

O tucano repetiu que a presidente Dilma Rousseff (PT) está "à beira de um ataque de nervos" e que voltou a patrocinar "ataques" conta ele, assim como fez com Marina Silva (PSB) e Eduardo Campos (PSB) no primeiro turno.

"Mas comigo isso não vai pegar. Estou pronto para o debate, no que depender de mim, propositivo e de alto nível", afirmou o tucano.

AGENDA

Aécio esteve em Curitiba para um evento com apoiadores políticos –que reuniu cerca de 3.000 pessoas, entre prefeitos, deputados, sindicalistas e cabos eleitorais.

Depois disso, fez uma visita à sede da Pastoral da Criança, onde assinou uma carta de compromissos com políticas de proteção à criança e à gestante, além de uma moção de apoio à beatificação de Zilda Arns, fundadora da Pastoral e morta em 2010 num terremoto no Haiti.

O tucano fez 49% dos votos no Paraná no primeiro turno, um de seus melhores desempenhos regionais, ficando à frente de Dilma. O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), reeleito com 55% dos votos, e o senador Álvaro Dias (PSDB), também reeleito, acompanharam Aécio.

APOIO DO PMDB

Questionado sobre como será sua relação com o PMDB num eventual governo, Aécio tergiversou e disse que construirá "pela boa ação política" a aliança necessária no futuro.

"Sinceramente, nem pensei nisso ainda [sobre o PMDB]. A minha relação são com aquelas forças políticas que estão ao nosso redor", disse, citando os partidos aliados e os que anunciaram apoio no segundo turno. "Vamos, sim, construir através da boa ação política a aliança necessária para dar sustentação ao nosso projeto de governo."

LAVA JATO

Questionado sobre o vazamento de informações da Operação Lava Jato, que Dilma acusou de ser "um golpe" contra o governo, o presidenciável riu e comentou: "Só se for o golpe da democracia, nas urnas".

Durante o evento de apoio ao tucano, o senador Alvaro Dias fez elogios ao juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, que conduz o processo da Lava Jato e foi chamado de "ícone da mudança".

"Com as marretadas da indignação nacional, ele está destruindo esse castelo de corrupção e propinas instalado na Petrobras", discursou.

Depois, Dias disse à imprensa que fazia um elogio à atuação institucional do Poder Judiciário. Ele também rechaçou a ideia de golpe ou de vazamento seletivo de informações.


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