Em reunião nesta sexta-feira (10) para mobilizar aliados de Aécio Neves (PSDB) na Bahia, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), afirmou que o PT faz um discurso "chantagista" e "preconceituoso" para a população do Nordeste.
"Não temos medo deste discurso chantagista e preconceituoso do PT. [...] Eles estão querendo usar este veneno, mas vão acabar sendo picados", afirmou Neto, principal cabo eleitoral de Aécio na Bahia.
A campanha de Dilma Rousseff (PT) investiu em visitas da presidente ao Nordeste nesta semana, e reiterou o discurso que aponta preconceito dos rivais contra a região.
O mote do PT são declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre o resultado da eleição. O ex-presidente tucano disse que setores "menos informados" do eleitorado tendem a apoiar o PT.
Ontem (9), a presidente acusou a oposição de "criar uma oposição ridícula" entre Sudeste e Nordeste.
Para ACM Neto, petistas usam a "tática do medo", que disse ter sido empregada contra ele na eleição de 2012, quando foi acusado de ser contra cotas para negros e o Prouni.
Na mesma linha, o ex-ministro do governo Lula Geddel Vieira Lima (PMDB), hoje aliado de Aécio, acusou o PT de "explorar mentirosamente" as declarações de FHC.
"O que vi ontem [quinta] foi uma presidente [Dilma] assustada. Ela achava que estava com a mão na taça e está vendo que não está. Agora vem com essa chantagem para querer transformar o Nordeste num curral eleitoral do PT", disse Geddel.
ESTRATÉGIA
Na reunião em Salvador, os aliados de Aécio traçaram uma estratégia para ampliar a votação do tucano na Bahia.
Aécio ficou em terceiro lugar no Estado no primeiro turno, com 18,2% dos votos. Dilma ganhou com folga (61,4%) e Marina Silva (PSB) teve 18,3%.
Os aliados de Aécio planejam aproveitar a estrutura do primeiro turno para implantar 32 núcleos regionais na Bahia para mobilizar eleitores e distribuir material de propaganda.
O tucano deverá ir a Salvador na próxima semana para uma caminhada no centro da cidade.
A campanha de Aécio na Bahia não estabelece metas de votação. Em privado, contudo, aliados dizem esperar uma votação equivalente a do candidato derrotado ao governo Paulo Souto (DEM), que teve 37% no primeiro turno, ante 54% do vencedor Rui Costa (PT).
O PT da Bahia almeja uma votação de 70% a 75% dos votos para Dilma, o que garantiria uma frente de 3,5 milhões de votos.