Nos municípios que não lhes deram maioria no primeiro turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) têm 25 milhões de votos a desbravar –de eleitores que escolheram outros candidatos ou votaram em branco ou nulo no pleito de domingo (5).
Eles representam um estoque de votos em potencial concentrado especialmente no Centro-Sul –onde estão 3 de cada 4 desses eleitores.
Pelo país, há 1.609 cidades, que representam 56% do eleitorado brasileiro, onde não houve predominância petista nem tucana na primeira fase da disputa presidencial.
Como nenhuma delas deu maioria a Dilma nem a Aécio, ambas as campanhas têm grande potencial para ampliar a vantagem nesses lugares –onde elas terão que trabalhar mais porque não costumam contar com a mesma força dos redutos partidários.
Há diferenças regionais nesse eleitorado potencial. Três quartos dele estão em cidades de alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Dilma teve votações mais altas em municípios de baixo IDH, mais atendidos por programas como Bolsa Família. Aécio obteve mais votos em municípios mais ricos e de IDH mais alto.
No primeiro turno, nos municípios desenvolvidos sem vitorioso, Aécio teve em média 41% dos votos válidos, contra 38% de Dilma. Esses eleitores estão principalmente em São Paulo e no Rio, que ilustram a polarização das candidaturas.
Aécio liderou em São Paulo, onde tem apoio do governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB). Dilma, no Rio, onde contou com apoio dos principais candidatos ao governo –inclusive os dois que estão no segundo turno, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB).
Outros 17% dos votos disputados estão em municípios de IDH médio, onde as preferências se invertem: Dilma com 43%, e Aécio, com 38%. Muitas dessas cidades estão no interior de Minas e do Rio.
Os últimos 7% do estoque estão em municípios de baixo IDH, onde Dilma teve 42% e Aécio, 26%. Muitos desses eleitores estão no Nordeste, com destaque para Bahia e Pernambuco, onde Marina Silva (PSB) ganhou na região metropolitana de Recife.
VANTAGEM
O levantamento da Folha aponta que cerca de um terço dessas 1.609 cidades deu vantagem a Dilma no domingo; outro terço, a Aécio; e outro terço, a nenhum deles.
A avaliação considera que um candidato teve vantagem quando conseguiu pelo menos 5 pontos percentuais acima do rival, mas não obteve mais da metade dos votos.
Onde Dilma tem vantagem, conquistou 7,8 milhões de votos. A maior parte está em capitais como Salvador e Manaus, região metropolitana do Rio e Triângulo Mineiro.
Onde a vantagem é de Aécio, ele teve 10,6 milhões, principalmente na Grande SP, DF e região serrana do Rio.
Nos municípios sem favorito, Dilma, com 4,76 milhões de votos, quase empata com os 4,79 milhões de Aécio.